Caos social mata mais, diz Malafaia sobre quarentena diante do coronavírus
O pastor Silas Malafaia defendeu o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro sobre o isolamento no Brasil por conta do novo coronavírus. Segundo o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, os governadores vão pagar a conta pela crise causada pelas medidas restritivas.
Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, Malafaia afirmou que as discussões sobre a doença possuem interesses políticos por trás ligados à disputa presidencial que será realizada em 2022.
Sobre o decreto de Bolsonaro que incluiu igrejas entre as atividades essenciais (como transporte e supermercados), Malafaia elogiou a decisão. O pastor afirmou ainda que deve manter a recomendação de suspensão dos cultos para evitar aglomerações, mas os atendimentos individuais serão mantidos.
"O ministério está pedindo que não tenha aglomerações. Culto aglomera. Se o serviço social é atividade essencial, o serviço religioso também é", afirmou Malafaia à reportagem.
"O que mata mais? Coronavírus ou caos social? Acho para mim que em um país onde o povo não tem reserva de dinheiro, onde 80% da população ganha até quatro salários mínimos e tem 12 milhões desempregados, se demorar um pouco esse negócio não vai ficar bom", completou.
Malafaia ressaltou que acredita que em abril muitas pessoas já não vão ter como pagar ninguém. "Quero ver quem é que vai segurar isso. Vai matar gente de coronavírus? Vai. Mas o caos social mata mais. Escolha de Sofia. Qual mata menos?."
Sobre o isolamento e fechamento de comércios e empresas, o pastor concorda com Bolsonaro de que só pessoas idosas e que tenham doenças do grupo de risco são as que devem ficar em casa. "O resto, põe para trabalhar."
Apesar de concordar com Bolsonaro, o pastor fez algumas críticas sobre a forma com que ele tem expressado suas ideias. Malafaia afirmou que nem sempre as falas estão corretas.
"Digo as falas, não as posições. Ele tem que se manifestar de maneira mais incisiva mostrando as posições do governo para proteger idosos, doentes, etc. Não acho que uma fala pejorativa ajuda", disse.
"Agora, acho que ele está certo. A imprensa está mostrando que o Bolsonaro é um inconsequente e os normais são os governadores, mas não mostra a hipocrisia destes caras. Mandar fechar loja e shopping é mole. Quer dizer que tem que proteger a classe média e o pobre é que se lixe? Nem Doria nem Witzel aguentam uma pressãozinha que vier da sociedade."
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