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Prefeito de BH endossa isolamento: 'Não vai faltar respirador, mas caixão'

Amira Hissa/Prefeitura de Belo Horizonte
Imagem: Amira Hissa/Prefeitura de Belo Horizonte

Do UOL, em São Paulo

03/04/2020 15h14Atualizada em 03/04/2020 15h21

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD-MG), voltou a defender as políticas de distanciamento social adotadas em todo o mundo para conter o avanço da epidemia do novo coronavírus no Brasil. Se as regras afrouxarem, segundo Kalil, "vai faltar caixão" para as vítimas da doença.

"Eu estava lendo aqui: em três dias foram 102 mil casos em Nova York [estado]. Isso é uma cidade inteira da Grande BH. Estamos brincando com coisa muito séria. Daqui a pouco não vai faltar respirador, não; é caixão, como já aconteceu na Europa", disse hoje o prefeito em entrevista ao "Chamada Geral", da rádio Itatiaia.

Para Kalil, a capital mineira não pode arcar com a flexibilização do isolamento e tem que pensar nos mais vulneráveis, como os moradores de favelas. "Não é hora de agradar empresário", defendeu. "Nós temos que pensar nos aglomerados, nas favelas. Vai faltar CTI, e não é só para essa gente, não — é para rico também."

O prefeito ainda afirmou que atentar contra o que pregam a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o próprio Ministério da Saúde é "uma covardia com a população que está trancafiada em casa". "Liberar salão e academia e falar que álcool em gel vai resolver? É uma irresponsabilidade", criticou.

Elogios a Zema, críticas a Bolsonaro

Alexandre Kalil também fez elogios ao governo de Minas Gerais, comandado por Romeu Zema (Novo). Sem citar o governador, o prefeito de BH disse que não pode reclamar do estado, mas cobrou uniformidade nas medidas tomadas.

"Não podemos nos queixar do governo de Minas. Agora, os governos que estão flexibilizando irresponsavelmente as normas da OMS... Isso não pode acontecer. A 30 quilômetros de BH tem salão aberto, comércio aberto. Não podemos admitir, porque é BH que vai receber os doentes dessas regiões. É hora de o estado unificar essas ações", pediu.

Quanto à atuação do governo federal, Kalil criticou a ausência de comando por parte do presidente Jair Bolsonaro (sem partido): "É uma insegurança tremenda. A população precisa de comando e precisa do presidente da República à frente dessa guerra que o Brasil está se preparando para enfrentar."