Prefeitura de Manaus prevê pico de enterros no mês de maio, com até 4.260
A prefeitura de Manaus trabalha com a hipótese de que o agravamento da crise do novo coronavírus fará com que um novo pico no número de sepultamentos ocorra no mês de maio. De acordo com os dados apresentados pela prefeitura, a demanda por enterros chegou a 142 no domingo, o que faz a projeção para o próximo mês passar de 4 mil.
Ontem o número de sepultamentos foi de 122, segundo a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp).
Pelas estimativas da prefeitura, o pior cenário que pode se esperar para maio resultaria em 4.260 sepultamentos.
A média de enterros subiu de 30, antes da pandemia, para mais de 100 por dia, o que traz dificuldades até para que o município tenha caixões suficientes para esta quantidade de óbitos. Este total leva em conta todas as mortes na cidade, mas mostra o aumento devido à covid-19.
Segundo os dados de ontem da prefeitura, do total de óbitos, 34 aconteceram em casa e 15 têm como causa a covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Além disso, 57 morreram por insuficiência ou síndrome respiratória ou parada cardiorrespiratória e outros 50 por outros motivos ou causas desconhecidas.
A prefeitura montou um hospital de campanha para atender pacientes com casos de covid-19.
O último boletim do estado do Amazonas mostra 4.337 casos confirmados, com 351 óbitos. Manaus tem 2.899 casos.
Enterros em sacos
Caso a média de 130 mortes causadas pelo coronavírus por dia seja mantida, Manaus poderá ser obrigada a sepultar as vítimas em sacos plásticos nas próximas semanas. A avaliação foi feita pela Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif), que solicitou ao governo federal um avião de carga para o transporte de 2 mil urnas para a capital do Amazonas. Segundo a entidade, existem apenas mil urnas no estoque da cidade, uma das mais afetadas pela pandemia.
A entidade enviou uma carta à Secretaria de Articulação Social do governo federal, no último fim de semana, alertando para a gravidade do problema. De acordo com o presidente da associação, Lourival Panhozzi, há a necessidade imediata de reforço no estoque. "Se o governo não oferecer um avião para o transporte de urnas, poderemos chegar ao ponto de termos corpos jogados nas esquinas. O transporte rodoviário demora dias e a necessidade é imediata", afirma.
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