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Witzel admite 'colapso' na saúde e critica Bolsonaro: 'Não é gripezinha'

Wilson Witzel (PSC), governador do Rio de Janeiro - Dikran Junior/Futura Press/Estadão Conteúdo
Wilson Witzel (PSC), governador do Rio de Janeiro Imagem: Dikran Junior/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

29/04/2020 09h15

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), reconheceu que o sistema de saúde já se encontra em "colapso" por causa da alta demanda de infectados pelo coronavírus. Em entrevista ao site O Antagonista na noite de ontem, ele ainda criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por "colaborar para desinformar a população".

"Hoje nós temos em torno de 30% da população nas ruas. Estamos no colapso da saúde já. Se formos liberar mais alguma atividade, quanto isso vai impactar nos transportes? Isso vai aumentar de 30% da população nas ruas para 50%. Isso corresponderá a quanto? É difícil de calcular porque não sabemos quantos serão contaminados e quantos precisarão estar no hospital", analisou.

Witzel criticou a postura do presidente, que classificou a doença como uma "gripezinha" em um pronunciamento em rede nacional de TV e rádio.

"Enfrentamos aquela discussão com presidente da República Jair Bolsonaro, que fez a primeira manifestação em cadeia de rádio e TV dizendo era uma gripezinha e que algumas pessoas iriam morrer. O problema não são algumas pessoas, mas milhares de pessoas. Pior de tudo é que não é uma gripezinha, é uma doença extremamente grave e traiçoeira", criticou o governador.

Witzel contraiu o vírus e ainda se recupera da covid-19. Ele classificou a doença como "traiçoeira" e disse que ignorá-la é "um ato de irracionalidade". A esposa dele também foi infectada.

Reabertura do comércio

Segundo o governador, está em estudo uma reabertura gradual do comércio por meio de uma espécie de rodízio, pelo número do CNPJ. Sem falar em datas, ele disse que a abertura do comércio deverá ser feita por fases.

"Estamos levantando se isso é viável, estudando para abrir a economia sem ter o impacto muito grande sobre as pessoas. Não há uma fórmula. A ideia mais próxima é fazer algum tipo de abertura após todos os hospitais de campanha prontos, o que seria na segunda quinzena de maio", declarou.