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Ministério diz que corrigiu duplicações e confirma 525 óbitos em 24h

Um pássaro é fotografado sobre uma cruz durante um enterro coletivo de pessoas que morreram devido à doença de coronavírus, no cemitério Parque Taruma, em Manaus - BRUNO KELLY/REUTERS
Um pássaro é fotografado sobre uma cruz durante um enterro coletivo de pessoas que morreram devido à doença de coronavírus, no cemitério Parque Taruma, em Manaus Imagem: BRUNO KELLY/REUTERS

Do UOL, em São Paulo

08/06/2020 13h21Atualizada em 08/06/2020 15h16

O Ministério da Saúde informou no começo da tarde hoje que corrigiu duplicações e atualizou os dados divulgados ontem à noite sobre casos e mortes provocados pelo novo coronavírus. A correção ocorreu cerca de 15 horas após uma confusão nos números anunciados pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido)

Assim, segundo o ministério, o último boletim de 24 horas que deve ser considerado registrou oficialmente 18.912 casos e 525 óbitos novos. O total de casos no país é de 691.758 e de óbitos 36.455 ao longo da pandemia.

O número de recuperados soma 283.952 pacientes e outros 371.351 estão em acompanhamento médico.

A confusão ocorreu após a pasta divulgar na noite de ontem dados divergentes sobre os números registrados nas últimas 24 horas. Em um primeiro momento, anunciou 1.382 mortes, mas mais tarde alterou o número para 525, uma redução de 857.

Houve ainda uma mudança no número de infectados. Neste caso, houve uma alta. O primeiro balanço divulgado pelo ministério informava um total de 12.581 novos casos, contra 18.912 casos atuais.

A mudança ocorreu entre as 20h37, quando o balanço diário foi enviado à imprensa, e as 21h50, quando o site oficial foi atualizado.

Em nota divulgada hoje, o ministério, comandado interinamente pelo general Eduardo Pazuello, citou especificamente a situação dos dados de Roraima e Ceará.

"Em especial, podem ser citadas a situação de Roraima, em que haviam sido publicados 762 óbitos e, após verificação do Ministério da Saúde, o número foi consolidado em 142. Outra situação corrigida foi em relação ao número de casos confirmados no Ceará, que passou de 62.303 para 64.271 após atualização", informou a pasta.

Embora a nota do ministério não cite, a Bahia também teve uma redução de 213 mortes entre os dois boletins. O estado passou, em números consolidados, de 1.092 mortes para 879 vítimas.

Outros estados registraram redução menores para mais ou para menos.

Na nota, ministério não deu detalhes sobre as diferenças, mas declarou que vai lançar uma nova plataforma interativa nesta semana sobre a situação do coronavírus no país e que busca disponibilizar os dados de forma fidedigna.

"O Ministério da Saúde reforça que vem aprimorando os meios para a divulgação da situação nacional de enfrentamento à covid-19. Busca-se a elaboração e a disponibilização de dados epidemiológicos e estatísticos fidedignos, com base em números reais e transparentes e atualização periódica. Uma nova plataforma interativa será lançada nesta semana."

Inconsistências na comunicação

Inconsistências na comunicação da evolução da pandemia no país marcaram a semana, que começou com atrasos de três horas na divulgação de balanço diário e culminou com a exclusão de dados históricos, consolidados e detalhamentos importantes para o entendimento de como a doença se comporta e para a análise da resposta do governo.

Após diversas críticas de especialistas, pesquisadores e autoridades, a pasta voltou a divulgar ontem o número consolidado das estatísticas, e anunciou que trará uma nova plataforma, ainda em desenvolvimento, com informações referentes ao Brasil, aos estados, às capitais e às regiões metropolitanas — com os respectivos gráficos de evolução diária dos novos registros. Mais mudanças foram anunciadas a fim de apresentar o balanço de forma mais clara à população.

Ontem, a pasta também afirmou que o motivo para a retirada do ar do site oficial dos balanços na sexta-feira foram ataques por grupos de hackers. A confirmação foi feita pela assessoria de imprensa, que acrescentou ter ocorrido um aumento nos padrões de segurança que causou problemas no fluxo de informações no sábado.

Quando o site voltou ao ar, depois de mais de 19 horas, passou a apresentar apenas informações sobre os casos registrados no próprio dia, sem números consolidados, detalhamentos e históricos das curvas. Por conta dessa alteração, o balanço referente ao cenário brasileiro deixou de constar no painel da Universidade Johns Hopkins, referência no monitoramento global da pandemia.

Em resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra decidiram formar uma parceria e trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias nos 26 estados e no Distrito Federal.