SP está no platô e há capacidade de responder a repique da covid-19
Resumo da notícia
- O chefe do Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo disse que há uma estabilidade de mortes no estado desde a terceira semana de maio
- Por este motivo, as autoridades acreditam que São Paulo esta no platô, mas ressaltam que houve um deslocamento das mortes para o interior
- Primeiro, a covid-19 afetou as pessoas que moravam no centro expandido da capital; em seguido, foi para periferia; e agora chega com força ao interior
- Enquanto as cidades do interior passam por seu momento mais crítico, na capital o serviço hospitalar começa a voltar para a rotina
O estado de São Paulo vive uma estabilidade nas mortes por covid-19 desde a terceira semana de maio, um deslocamento dos óbitos e casos para o interior e parece estar no platô da pandemia, afirmou o chefe do Centro de Contingência ao Coronavírus, Carlos Carvalho.
As estatísticas mostram que em 17 de abril e 17 de maio o interior respondia por 14,6% das mortes e, conforme os números de terça-feira, a participação no total de vítimas fatais havia crescido para 19,1% (veja os dados abaixo). O dado mais recente é de 16 de junho e mostra 2.133 mortes fora da Região Metropolitana de São Paulo.
"A impressão que dá, o que os números vêm mostrando da terceira semana de maio para cá, dá a entender que estamos oscilando em torno de um número médio que seria o platô. A gente está trabalhando entre 250 e 300 mortes por dia".
Óbitos em queda na capital e aumento no interior são consequência lógica de mais pessoas infectadas fora da Região Metropolitana de São Paulo. Em 14 de abril o interior respondia por 10,7% do total de casos. No dia 14 de maio, já representava 19% dos doentes. Em 14 de junho, saltou para 27%, ou seja, uma em cada quatro pessoas infectadas pelo coronavírus.
Carvalho explicou que a pandemia começou no centro expandido da capital com pessoas que se contagiaram no exterior. O segundo momento foi o avanço para as periferias na Grande São Paulo. O coronavírus chegou a sua terceira fase, no interior, se espalhando pelas rodovias paulistas.
Situação mais tranquila na capital
O agravamento da situação no interior mostra um estágio que a cidade de São Paulo parece já ter superado, na avaliação do secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido. Ele disse que na última semana de abril e na primeira semana de maio havia 85 pedidos de internação em UTI por dia. Agora, este número caiu para 34 solicitações diárias.
A situação se reflete nas unidades de saúde. O UOL esteve na AMA de Paraisópolis, segunda maior comunidade da cidade, e os funcionários relataram que o movimento diminuiu bastante. O mesmo cenário foi relatado no Hospital do Campo Limpo.
Os motoristas de ambulâncias que trabalham para a rede pública disseram que dedicavam todo seu tempo à pandemia e faziam 8 transportes de pacientes com covid-19 há um mês. Agora, não chega à metade. Eles falaram que voltaram a levar gente para fazer exames e consultas médicas. A retomada de serviços é confirmada pelo secretário municipal de Saúde.
A diferença entre as autoridades e os profissionais da linha de frente é como encaram a flexibilização da quarentena. Médicos e enfermeiros temem que a abertura do comércio de rua, de shoppings, escritórios e outras atividades resultem numa segunda onda de covid-19. Eles encaram as medidas com desconfiança.
As autoridades alegam que a flexibilização obedece a critérios científicos e não há afobação ou que estejam cedendo diante de pressões. Nas entrevistas coletivas diárias no Palácio dos Bandeirantes, integrantes do governo e do Centro de Contingência explicam que a capacidade hospitalar e a curva de infectados e de mortes foram medidas antes de tomar a decisão de retomar parte das atividades.
Eles acrescentam que existe monitoramento constante e que qualquer repique da pandemia será respondido na hora. Mesmo com um eventual aumento na curva, o chefe do Centro de Contingência ao Coronavírus afirma que haverá leitos para todos os pacientes. "São Paulo tem 75% de ocupação e tem 25% de espaço para absorver doentes".
A participação do interior no total de mortes
17 de março
Região Metropolitana - 01 (100%)
Interior do estado - 00 (0%)
Óbitos totais - 01
17 de abril
Região Metropolitana - 792 (85,4%)
Interior do estado - 136 (14,6%)
Óbitos totais - 928
17 de maio
Região Metropolitana - 4.086 (85,4%)
Interior do estado - 698 (14,6%)
Óbitos totais - 4.784
16 de junho
Região Metropolitana - 8.999 (80,9%)
Interior do estado - 2.133 (19,1%)
Óbitos totais - 11.132
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