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Nenhum estado apresenta redução da transmissão de covid-19, diz Fiocruz

24.jun.2020 - Movimentação no comércio de São Paulo durante pandemia; Fiocruz alerta que nenhum estado apresenta redução da transmissão de covid-19 - Mineto / Estadão Conteúdo
24.jun.2020 - Movimentação no comércio de São Paulo durante pandemia; Fiocruz alerta que nenhum estado apresenta redução da transmissão de covid-19 Imagem: Mineto / Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

26/06/2020 09h07

Uma análise dos pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) aponta que nenhum estado apresenta até agora sinais de redução da transmissão de covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, permanecendo com um alto número de casos e mortes, apesar de a última semana já ter registrado números recordes. De acordo com os cientistas, esse cenário pode configurar um platô, patamar alto de transmissão que "pode se prolongar indefinidamente".

Os pesquisadores apontam ainda para o risco de flexibilizar o isolamento social nas grandes metrópoles ao passo em que aumenta a interiorização da epidemia.

Usando Pernambuco como exemplo, a análise mostra que a epidemia de coronavírus cresce nos municípios mais dependentes do sistema de saúde das grandes cidades, que correm o risco de ficarem novamente saturados por pacientes de localidades menores.

A região metropolitana de Recife, além de cidades populosas do interior, atingiram seu pico de casos na semana epidemiológica 21, que vai de 17 a 23 de maio. Logo em seguida, as medidas de isolamento social começaram a ser reduzidas na região metropolitana de Recife. Nas três semanas seguintes, no entanto, cidades do interior continuaram a ter crescimento de casos. Caruaru e Petrolina, por exemplo, só atingiram seu pico 21 dias depois da Grande Recife, na semana epidemiológica 24 (de 7 a 13 de junho).

"O que acontece na região metropolitana se repete no interior com duas ou três semanas de atraso. Por isso é importante manter as medidas de isolamento, mesmo depois de passado o 'pico' nas capitais", explica o epidemiologista Diego Xavier, em comunicado divulgado pela Fiocruz.

O grupo alerta ainda que a diminuição de atendimento de casos graves e o aumento da disponibilidade de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) não devem ser os únicos critérios a serem considerados no momento de adotar medidas de relaxamento.

"O comportamento das curvas de casos e óbitos, o ritmo e a tendência do contágio, além de expansão da capacidade de testagem para identificar casos e isolar e rastrear os contatos devem ser considerados como alicerces para a retomada das atividades econômicas", diz a nota.