Zema diz que prefeitura de BH "não fez papel esperado" para expandir leitos
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que a prefeitura de Belo Horizonte "não fez o papel esperado" na expansão de leitos de UTI para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Em entrevista à CNN Brasil, Zema não se referiu diretamente ao prefeito Alexandre Kalil (PSD), mas disse que a gestão municipal falhou neste quesito.
"Tivemos tempo, tanto que desde o início da pandemia abrimos em média 10 novos leitos de UTI por dia. Isso somente o estado. Várias prefeituras como a de Betim fizeram também o trabalho de casa. Só Betim abriu 120 leitos de UTI. Mas infelizmente em BH não houve um trabalho nesse sentido. A cidade de BH até esse momento não conseguiu adicionar nenhum leito de UTI. O estado tem leito, mas em alguns locais como a capital tem falta", disse.
A rede pública de Belo Horizonte tem operado com índice próximo de 90% de ocupação em leitos de UTI nos últimos dias. Segundo a secretaria municipal de saúde, a capital mineira abriu em junho 232 leitos para pacientes com covid-19, sendo 81 UTIs e 151 enfermarias.
Em comunicado divulgado na segunda-feira, a prefeitura disse que "está verificando com os hospitais 100% SUS a possibilidade da abertura imediata de novos leitos de UTI". Ao todo, a capital mineira diz contar com 1.099 leitos na rede pública para o tratamento da covid-19, sendo 301 de terapia intensiva.
Zema, no entanto, disse que Belo Horizonte ficou devendo em relação a investimento em capacidade hospitalar. "Vários prefeitos da região metropolitana e também do interior fizeram investimentos, e na capital do estado esse investimento não foi feito. E agora estamos num momento em que eles estão correndo atrás. Uma prefeitura rica como a de BH infelizmente não fez o papel que era esperado, enquanto prefeituras muito menores com muito menos recursos se estruturam adequadamente", disse.
Romeu Zema ainda disse que fez alertas neste sentido e que a situação de municípios que aderiram ao Programa Minas Consciente de combate à pandemia é melhor.
"Temos nosso Programa Minas Consciente, onde consideramos a questão de leitos e a também da evolução da pandemia. E nosso secretário de saúde se reúne com prefeitos e secretários de saúde municipais para estar se posicionando, então sempre teve um diálogo franco e aberto. Alguns prefeitos, aqueles que aderiram ao Minas Consciente, estão tendo um desempenho muito melhor, e aqueles que não aderiram enfrentam dificuldades como estamos vendo em BH", disse.
Segundo Zema, Alexandre Kalil preferiu uma postura independente durante a pandemia. "O prefeito de BH desde o início da pandemia tem tido uma postura de com o próprio secretário dele de tomar as medidas que eles julgam melhores. Em alguns momentos eles seguem as orientações do estado, em alguns momentos", afirmou.
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