Ministro do STJ suspende depoimento de Witzel sobre desvios na Saúde
O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro João Otávio de Noronha, decidiu suspender o depoimento do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), na investigação que apura fraudes em contratos de compra de respiradores em caráter emergencial, para atender pacientes infectados pelo novo coronavírus.
O depoimento de Witzel estava marcado para hoje. Segundo apurado pelo UOL, a decisão de Noronha atende a um pedido da defesa do governador, que alega não ter tido acesso aos autos do processo.
O relator do caso no STJ é, na verdade, o ministro Benedito Gonçalves, mas Noronha está respondendo pela Corte durante o recesso do Judiciário.
A suspensão do depoimento de Witzel acontece no mesmo dia em que o ex-secretário estadual de Saúde do Rio, Edmar Santos, foi preso em uma operação do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).
Edmar é apontado como integrante da organização criminosa que fraudou os contratos de compra dos respiradores pulmonares. O ex-secretário é suspeito dos crimes de organização criminosa e peculato. O MP-RJ diz ter identificado nas investigações, além de Neves, a presença de "outro comandante" do grupo: o próprio Edmar Santos.
De acordo com os promotores do Gaecc (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção), houve um conluio entre pessoas em posição de comando na SES (Secretaria Estadual de Saúde) e empresários para direcionar os contratos emergenciais e desviar recursos públicos.
Três empresas foram escolhidas para fornecer os equipamentos, em contratos que somam R$ 180 milhões. Contudo, nenhum respirador foi entregue. Na primeira fase da operação, deflagrada no começo de maio, Gabriell Neves, número dois do ex-secretário na pasta, foi preso. A prisão de Edmar é um desdobramento desta investigação.
Edmar foi preso em sua casa no bairro de Botafogo, na zona sul do Rio. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos numa outra casa dele, em Itaipava, na região serrana.
Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal Especializada da Capital.
Procurada pelo UOL, a defesa de Edmar Santos preferiu não se manifestar neste momento.
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