Brasil registrou média de 1.018 mortes diárias nesta semana, diz consórcio
Até este sábado (11), o Brasil registrou uma média de 1.018 mortes diárias em decorrência da covid-19 nesta semana, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte. Segundo esse levantamento, o país notificou 968 óbitos e 36.474 casos nas últimas 24 horas. Com esses números, são 71.492 vítimas e 1.840.812 casos no total.
A partir de hoje, o grupo de veículos de comunicação passa a divulgar a média móvel de novas mortes, que calcula a média de óbitos observada nos últimos sete dias. Essa operação é a mais adequada para observar a tendência da epidemia, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.
Os boletins divulgados em finais de semana e às segundas-feiras costumam informar números muito menores do que as edições de terças e quartas-feiras, em razão do atraso na divulgação de resultados de testes para a covid-19. Um óbito pode aparecer nas estatísticas de terça-feira, por exemplo, em razão desse represamento fora dos dias úteis.
Mortes em alta no Centro-Oeste e MG
Desde ontem, 460 mortes foram registradas no Sudeste, região que ainda é a mais afetada pela epidemia, e 266 no Nordeste. Na sequência, o Centro-Oeste teve 99 novas vítimas; o Norte, 55, e o Sul, 88.
O Centro-Oeste continua sendo a região onde a epidemia mais cresce no país. No último mês, os óbitos quadruplicaram. Em 3 de junho, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) apontou Mato Grosso como o novo epicentro da covid-19 no país.
Goiás, hoje com 847 mortes e 36.230 casos, teve o maior crescimento de óbitos na semana no Centro-Oeste: 36,39%. Mato Grosso do Sul (153 mortes, 12.969 casos) notificou 34,21% vítimas a mais nesse período e Mato Grosso (1.026 mortes, 27.636 casos), 30,53%. O Distrito Federal (871 mortes, 68.406 casos) registrou mais 29,81% vítimas na última semana.
Minas Gerais, também em momento ascendente da pandemia, chegou hoje a 1.550 óbitos e 73.813 casos —-31,02% vítimas a mais do que no sábado passado.
Boletim do governo ainda mostra mais de mil mortes diárias
O Brasil registrou hoje mais 1.071 mortes provocadas pelo novo coronavírus, de acordo com último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde. Além dos novos óbitos registrados nas últimas 24 horas, que elevaram o total a 71.469, o país também confirmou mais 39.023 novos casos da doença.
O total de infectados no país chegou a 1.839.850. O número de mortes informado pelo Ministério da Saúde quebrou uma sequência de quatro dias consecutivos com mais de 1.200 vítimas fatais contabilizadas pela pasta.
Como já foi registrado em outros momentos da pandemia da covid-19, os fins de semana costumam apresentar subnotificação de novos casos e óbitos.
Ainda de acordo com o ministério, o Brasil tem hoje 667.508 pacientes em acompanhamento. O número de recuperados chegou a 1.100.873 pessoas.
Cidades pequenas não têm hospital e começam a reabrir
Dos 645 municípios do estado de São Paulo, 13 foram "esquecidos" pelo novo coronavírus e não registravam nenhum caso até ontem.
Em comum, as 13 cidades têm menos de 6.000 habitantes, nenhuma delas tem hospital e 10 desses municípios (77%) estão localizados em regiões na fase laranja do Plano São Paulo, que permite apenas a reabertura parcial de comércio e serviços. Os outros três municípios estão na fase vermelha e só podem abrir o comércio e serviços essenciais.
Das 13 cidades, 11 (85%) estão nos extremos do estado, na divisa ou muito perto dos quatro estados que fazem fronteira com São Paulo: Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
As cidades de São Paulo sem covid-19
- Jeriquara e Ribeirão Corrente, na área do DRS (Departamento Regional de Saúde), de Franca, próximas à divisa com Minas Gerais;
- Nova Canaã Paulista, na DRS de São José do Rio Preto, perto de Mato Grosso do Sul;
- Nova Independência, na DRS de Araçatuba, também perto do MS;
- Arco-Íris, Cruzália e Florínea, na DRS de Marília, a última na divisa com o Paraná;
- Balbinos, na DRS de Bauru;
- Monte Castelo e Santa Mercedes, na DRS de Presidente Prudente, também perto do MS;
- Bom Sucesso de Itararé, na DRS de Sorocaba e na divisa com o Paraná;
- Lagoinha e São José do Barreiro, na DRS de Taubaté, a última, na divisa com o Rio de Janeiro
Médicos criticam Crivella: 'Fecha praia, mas abre igreja'
Especialistas apontam contradições e "desprezo" por evidências científicas nas medidas de reabertura adotadas por Marcelo Crivella (Republicanos), prefeito do Rio, em meio ao combate à covid-19. Eles questionam a reabertura de igrejas e shoppings e a restrição mais dura às praias. No começo de junho, Crivella liberou atividades físicas na orla e esportes aquáticos individuais, incluindo natação, surfe ou um simples mergulho.
Isso provocou um aumento de banhistas nas areias, sobretudo nos dias de sol, e Crivella recuou nesta semana sobre uma possível liberação total nas praias. Apesar disso, especialistas ouvidos pelo UOL viram contradição entre a restrição nas praias —cuja reabertura total está condicionada à descoberta de vacina contra covid-19— e o funcionamento de igrejas e shoppings, que têm recebido milhares de pessoas em ambientes fechados na capital fluminense.
Eu perguntaria para o Crivella: qual evidência científica aponta que é melhor fechar praia do que igreja? Ele libera a abertura de locais fechados, mas impede que as pessoas fiquem em um ambiente a céu aberto. São decisões que não têm base científica. Esses planos de reabertura são descolados da realidade e não são compatíveis com a situação do Rio de Janeiro
Domingos Alves, professor de Medicina da USP
Segundo o cientista, que integra o Covid-19 Brasil, grupo de pesquisadores que monitora dados sobre a pandemia no país, o prefeito age de acordo com os próprios interesses. "A praia continua sendo perigosa, caso haja aglomerações. Mas as decisões dele mostram que há um interesse próprio no plano de abertura, porque priorizam igrejas e shoppings. Há prerrogativas econômicas e religiosas, à revelia do que a ciência tem ditado", critica.
Foi um grande erro abrir igrejas, mas evitar a abertura de parques, praias e lugares arejados. A população já ficou muito tempo em quarentena. Doenças ligadas à saúde mental e à ausência de exercício físico começaram a aparecer. É o momento de valorizar esses espaços abertos, com baixa capacidade de disseminar a doença
Médico Daniel Soranz, pesquisador da Fiocruz
Veículos se unem em prol da informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro (sem partido) de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa e assim buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes recentes de autoridades e do próprio presidente colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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