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Crivella anuncia flexibilização da quarentena em seis fases

8.mai.2020 - Movimentação em via da zona norte do Rio em meio à pandemia do novo coronavírus - Cléber Mender/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
8.mai.2020 - Movimentação em via da zona norte do Rio em meio à pandemia do novo coronavírus Imagem: Cléber Mender/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

01/06/2020 13h28

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), anunciou hoje que a capital fluminense iniciará a partir de amanhã (2) um plano de flexibilização gradual da quarentena. Ficam liberadas a partir de terça (2) atividades em igrejas e na orla —será permitido dar um mergulho e nadar, mas não ficar na areia. A reabertura das atividades econômicas será dividida em seis etapas "lentas, graduais e com segurança", de acordo com o prefeito.

Um decreto será publicado no Diário Oficial detalhando cada uma das seis fases. Segundo Crivella, o município não registra filas por leitos em UTIs destinados à covid-19 neste momento —apesar dos recordes de mortes pelo coronavírus no estado— o que permite pensar na reabertura. Cada fase deve ter duração de 15 dias, e a taxa de mortes e infecções será avaliada semanalmente.

O que fica permitido a partir de amanhã

  • Atividades esportivas em centros de treinamento
  • Atividades físicas nos calçadões e na orla da cidade
  • Atividade aquática individual no mar (será permitido dar um mergulho e nadar, mas não ficar na areia)
  • Atividades em igrejas (seguindo protocolos de desinfecção do ambiente)
  • Comércio em lojas de móveis (de venda e decoração)
  • Comércio em concessionárias de automóveis (proibidos feirões e eventos)

Na primeira fase, o comércio continua a funcionar só com atividades essenciais. Na segunda fase, está prevista a abertura de shopping centers com regras específicas, como reduzir o estacionamento a um terço da capacidade, funcionamento de 12h às 20h e distanciamento de 2 m entre frequentadores.

"A primeira e a segunda fases serão extremamente restritivas e cautelosas. (...) A ideia é fazer o escalonamento de atividades para causar o mínimo de impacto nos transportes", explicou o superintendente da Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro, Flávio Graça.

Como será o retorno de diferentes setores

Alimentação e academias

Setores de comércio terão metas diferentes no plano de flexibilização da quarentena - Prefeitura do Rio/Divulgação - Prefeitura do Rio/Divulgação
Setores de comércio terão metas diferentes no plano de flexibilização da quarentena
Imagem: Prefeitura do Rio/Divulgação

Esporte e lazer

O retorno das atividades esportivas também seguirá um plano de metas estipuladas pela Prefeitura - Prefeitura do Rio/Divulgação - Prefeitura do Rio/Divulgação
O retorno das atividades esportivas também seguirá um plano de metas estipuladas pela Prefeitura
Imagem: Prefeitura do Rio/Divulgação

Estética e circulação em ambientes externos

O setor de estética e a circulação em ambientes abertos também terão restrições - Prefeitura do Rio/Divulgação - Prefeitura do Rio/Divulgação
O setor de estética e a circulação em ambientes abertos também terão restrições
Imagem: Prefeitura do Rio/Divulgação

Saúde e atividades religiosas

Serviços de saúde considerados anteriormente "não essenciais" e atividades religiosas também terão restrições - Prefeitura do Rio/Divulgação - Prefeitura do Rio/Divulgação
Serviços de saúde considerados anteriormente "não essenciais" e atividades religiosas também terão restrições
Imagem: Prefeitura do Rio/Divulgação

Educação, serviços e turismo

Educação e Turismo também seguem com restrições - Prefeitura do Rio/Divulgação - Prefeitura do Rio/Divulgação
Educação e Turismo também seguem com restrições
Imagem: Prefeitura do Rio/Divulgação

Prefeitura projeta volta às aulas em julho

De acordo com o prefeito, as aulas na rede municipal de ensino podem ser retomadas em julho, caso os protocolos sejam seguidos à risca. "As aulas poderão começar, se o plano todo der certo, em julho. Se todos os parâmetros forem seguidos, em agosto voltamos à vida normal, ao novo normal'", afirmou o prefeito.

"O afastamento social, na medida que vai se prolongando, vai causando efeitos piores, que não compensam as suas vantagens. Há aumento de suicídios, depressão e alcoolismo, além de mortes por outras comorbidades", argumentou Crivella.

Ele afirmou que o plano foi traçado com base em informações do Conselho Científico da prefeitura que assinará um parecer no decreto para evitar judicializações e intervenções do Ministério Público do Rio de Janeiro.

O governador Wilson Witzel já estaria a par das metas de reabertura das atividades —o que permitiria um alinhamento de recomendações entre prefeitura e governo e evitaria conflito de informações. O plano será apresentado ao Cremerj (Conselho Regional de Medicina), à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e ao TJ (Tribunal de Justiça).

O superintendente da Vigilância Sanitária do Rio diz que o plano foi traçado com "pilares que se baseiam na preservação da vida em primeiro lugar".

De acordo com ele, "foi levada em consideração a capacidade de absorção de novos casos pelo sistema de saúde. Isso inclui o percentual de ocupação dos leitos das UTIs destinadas a adultos na rede do SUS e os leitos de UTI na rede privada do município", explicou.

"A quarentena provocou achatamento da curva de infecções da doença. Com a retomada das atividades, é normal que a curva volte a subir um pouco. Por isso, a taxa de mortes e infecções será avaliada semanalmente. Caso algo saia do controle, poderemos retomar a etapa anterior. Por isso é tão importante a colaboração de todos", completou Flávio.

Quem descumprir as regras será multado

Crivella afirmou que haverá penalidade estabelecida em decreto para quem, eventualmente, descumpra as normas estabelecidas. "A Vigilância Sanitária vai atuar intensamente na divulgação das regras. Quem descumprir essas regras será multado. A multa vai variar de R$ 500 a 2 mil. O infrator ficará sujeito à cassação da sua licença sanitária", explicou.

Crivella também disse que pedirá aos hospitais da rede privada que não fechem alas destinadas ao combate da covid-19. "Alguns hospitais privados fecharam suas alas destinadas à covid. Pedirei a eles que não fechem. Podemos ter aumento no número de infecções e leitos. É necessário que tenhamos leitos de reserva", concluiu.