Ministro da CGU aprova aumento da produção de cloroquina: 'Acertadíssimo'
Cobrado sobre a posição da CGU (Controladoria-Geral da União) em relação ao aumento da produção de medicamentos à base de hidroxicloroquina pelo Exército, o ministro Wagner Rosário, que comanda a pasta, afirmou hoje que a decisão de tomar o remédio é individual e que o governo agiu corretamente ao determinar a maior disponibilidade do produto.
"Eu, se tiver covid, vou tomar cloroquina. Eu acho que a decisão do presidente [Jair Bolsonaro (sem partido)] é acertadíssima. A discussão agora é política, cabe ao Tribunal [de Contas da União (TCU)] indicar o que deveria ser feito. Eu já sei o que eu faria: eu vou tomar o remédio, quero que o remédio esteja lá, acho que o governo fez corretamente", disse.
A declaração foi feita durante uma audiência pública da comissão do Congresso que acompanha as ações do governo federal no combate ao novo coronavírus.
A fala de Rosário foi uma resposta ao deputado Francisco Jr. (PSD-GO), relator da comissão. O parlamentar ressaltou que não há comprovação científica da eficácia da cloroquina no tratamento da covid-19 e questionou a conveniência de aumentar a produção do medicamento.
"Nós temos informações de que o Tribunal de Contas [da União] abriu investigação com relação aos procedimentos do Ministério da Saúde quanto ao uso de medicamentos. Aí vem a questão da hidroxicloroquina, toda essa situação de ter uma produção em série de medicamentos que não têm cientificamente comprovada a sua eficácia", ponderou o parlamentar.
O MPTCU (Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União) pediu, em 19 junho, que o TCU apure o aumento na produção de cloroquina pelo Exército brasileiro após determinação de Bolsonaro. Na representação, o órgão afirma que o presidente "deixa de garantir de forma adequada o direito da sociedade à saúde" ao estimular produção e uso de medicamento que não tem eficácia comprovada.
População indígena na pandemia
Já o senador Wellington Fagundes (PL-MT) criticou a falta de transparência do governo em relação à população indígena afetada pela pandemia. Segundo o senador, que cobrou uma política do Ministério da Saúde, está havendo um "genocídio" dos índios Xavantes.
"As coisas estão praticamente jogadas nas mãos dos prefeitos. A gente não tem uma definição de cima para baixo, do Ministério da Saúde ou do comitê que é gerido hoje pelo general Braga Netto [Casa Civil]. Um verdadeiro genocídio, porque os índios xavantes migram bastante, vão para as cidades, e essa contaminação está se agravando a cada dia", alertou.
Em resposta, Wagner Rosário afirmou que as ações para as populações indígenas estão divididas entre várias pastas, como ministérios da Saúde, da Cidadania e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o que exige uma "coordenação interna do governo". Ele admitiu, porém, que a situação dos Xavantes é preocupante.
"Uma das ideias é esta: evitar que o índio saia da sua tribo para se dirigir à cidade, corra o risco de ser contaminado e leve isso para a aldeia. É uma situação bem complicada, e o governo está correndo atrás. Eu não tenho hoje todas as ações, como está o nível de execução dessas ações, mas é preocupante", afirmou o ministro.
*Com Agência Senado
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