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Butantan espera vacina amanhã e lamenta 'perda de tempo' com cloroquina

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, falou também sobre chegada de vacina ao Brasil - Estadão Conteúdo
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, falou também sobre chegada de vacina ao Brasil Imagem: Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

17/07/2020 19h23

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que amanhã deve chegar ao Brasil o avião vindo da China com as doses da vacina desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac, que será testada no país a partir da semana que vem.

Em entrevista à GloboNews, o executivo explicou que, caso não haja nenhum problema, o produto deve chegar ao Brasil na parte da manhã.

"Voo saiu da China, deve estar na Alemanha neste momento. Estamos esperançosos que prossiga, que não tenha problema no aeroporto de Frankfurt e possa chegar amanhã de manhã no Brasil. A fase 3 [dos testes] começa na segunda e esperamos que em 40 dias possa incluir a maioria dos 9 mil voluntários", declarou, antes de complementar:

"Essa vacina é uma grande esperança, e, na nossa perspectiva, o Brasil está na frente nessa corrida e podemos ter a vacina no começo do ano que vem."

Ao analisar a chegada da vacina, Dimas Covas aproveitou para criticar o governo federal pelos debates sobre o uso da hidroxicloroquina no combate ao novo coronavírus. O medicamento é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas não tem eficácia comprovada no combate à covid-19.

"Estamos vivendo tempos muito difíceis do ponto de vista da ciência do nosso governo federal. Cloroquina e hidroxicloroquina, os trabalhos que têm aparecido, que são muitos, mostram que os medicamentos não são efetivos. Temos que focar, olhar a ciência, olhar a vacina. O estado de São Paulo está fazendo um grande avanço. O Brasil pode ser o primeiro país do mundo a usar a vacina graças aos nossos esforços", criticou.

"Estamos discutindo no nível federal uso de cloroquina. Isso não tem sentido. Estamos perdendo muito tempo em combater a epidemia. O Brasil é continental, não podemos gastar nossa energia em coisas que não terão efeito, não farão a mudança no evoluir da epidemia. A epidemia vai durar um pouco, vai se prolongar um bom tempo, e a vacina será solução de média e longo prazo", acrescentou.