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Enfermeiros terceirizados do Rio entram em greve por salários atrasados

Enfermeiros e técnicos de enfermagem terceirizados do estado do Rio de Janeiro anunciaram hoje que estão em greve - Reprodução / Rede Globo
Enfermeiros e técnicos de enfermagem terceirizados do estado do Rio de Janeiro anunciaram hoje que estão em greve Imagem: Reprodução / Rede Globo

Do UOL, em São Paulo

23/07/2020 20h16

Enfermeiros e técnicos de enfermagem terceirizados do estado do Rio de Janeiro anunciaram hoje que estão em greve após meses de salários atrasados. Durante a manhã, profissionais da categoria protestaram em frente à sede da SES (Secretaria Estadual de Saúde).

No protesto, foram relatados casos de até quatro meses sem pagamento. Em nota, a SES confirmou o atraso e afirmou que "se solidariza com os trabalhadores que estão sem receber os pagamentos" e que está "tratando o assunto como prioridade".

Durante a manhã, a enfermeira Mônica Armada, representante do sindicato dos enfermeiros, falou ao RJ1, da Rede Globo, sobre o movimento. Ela trata a greve como uma última saída, afirmando que nem o governador Wilson Witzel (PSC) e nem o secretário de Saúde, Alex Bousquet, estão "sensíveis com a luta dos trabalhadores".

"A secretaria de Saúde não tem se empenhado para resolver a questão do salário, do pagamento desses trabalhadores, então não chega a alternativa a não ser decretar uma greve, foi o último recurso que se arrumou."

"A gente está iniciando uma greve com 50% dos trabalhadores trabalhando. Outros 50% na greve, com escala de revezamento e essa greve é por tempo indeterminado, a gente só volta quando os salários de todos os trabalhadores forem pagos", concluiu Mônica.

Estão com funcionários em greve o Hospital da Mulher, Hospital da Mãe, em Saracuruna, Hospital de Anchieta (HTO), Hospital Carlos Chagas, UPA São Pedro da Aldeia, Samu e os Hospitais de Campanha do Rio.

O que diz a secretaria de Saúde

Questionada sobre os atrasos nos pagamentos, a SES afirmou que, após "um grande processo de regularização de contratos", a maior parte dos repasses para as Organizações Sociais (OSs) já foi feita. Das 41 unidades de saúde administradas por OSs, 37 já tiveram a situação regularizada e estão com os pagamentos totalmente em dia.

A secretaria ressaltou que as OSs são as responsáveis pelo pagamento dos seus funcionários e de empresas subcontratadas. Sobre os contratos das unidades, a SES diz que a OS Gnosis já recebeu a verba relativa aos hospitais da Mãe, em transferência feita no dia 03/07, e da Mulher, no dia 17/07.

Já quanto aos pagamentos dos funcionários do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes (HEAPN), a secretaria afirma que a unidade está sem contrato desde 22/05, mas que está buscando obter autorização do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) para pagar os funcionários diretamente em conta, como já foi autorizado para os funcionários dos hospitais de campanha de Maracanã e São Gonçalo.

No que diz respeito aos Hospitais Estaduais de Traumatologia e Ortopedia (HTO) da Baixada e Lindu, a SES fala que o pagamento de valores em atraso vai para o banco até amanhã.

"Os contratos estavam vencidos. Assim, está sendo celebrado um novo contrato com a mesma OS, Mahatma Gandhi".

De acordo com a secretaria, o pagamento relativo a maio para a UPA de São Pedro da Aldeia foi feito no dia 08/07.

"Devido a falta de contrato, o pagamento de junho não pode ser repassado, mas já está sendo feito um novo contrato com a Lagos Rio para resolver essa situação. O adiantamento da primeira parcela será pago ainda na semana que vem".

Por fim, sobre o Hospital Estadual Carlos Chagas (HECC), a SES conta que o pagamento de R$ 3.6 milhões para a Lagos Rio foi realizado no dia 03/07.