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Doria: se vacina for aprovada, 15 milhões serão aplicadas já em dezembro

Governador de São Paulo, João Doria (PSDB)  - MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO
Governador de São Paulo, João Doria (PSDB) Imagem: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

11/08/2020 19h02

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou hoje que o Instituto Butantan terá condições de produzir e aplicar 15 milhões de vacinas contra a covid-19 já em dezembro, caso a CoronaVac seja aprovada na 3ª fase de testes.

"Sim [primeiro lote já pode ser aplicado em dezembro], desde que tenhamos todas as etapas da testagem superadas e com sucesso. Tudo indica, e há uma boa perspectiva, de que a vacina será e atenderá essa 3ª fase. E torço para que o mesmo aconteça com a vacina de Oxford [do governo federal]", disse o governador, em entrevista à CNN.

O estado de SP tem uma parceria com o laboratório chinês Sinovac para a produção da CoronaVac. Segundo o governo, os resultados da última fase de testes — que conta com 9 mil médicos e paramédicos voluntários — sairão em outubro.

"Há um cuidado muito criterioso sob supervisão da Anvisa. Se tudo ocorrer bem, em dezembro, mediante aprovação da Anvisa, garantimos 15 milhões de doses para aplicação na população. Isso o Butantan já tem como garantia de disponibilizar a vacina nessa quantidade", acrescentou.

Butantan quer dobrar produção

Doria afirmou também que está trabalhando para aumentar a capacidade de produção do Butantan. A proposta seria passar de 120 milhões de doses para 240 milhões (o que atenderia 120 milhões de pessoas, já que são necessárias duas doses por indivíduo).

"Já em dezembro o Butantan terá condições de ter 15 milhões da vacina. Mais 15 milhões em janeiro, mais 15 milhões em março e 15 milhões em abril. E agora estamos tratando de aumentar a capacidade de produção do Butantan."

"Desses 60 milhões para 120 milhões, e em dose dupla, porque a vacina CoronaVac — assim como a de Oxford — precisam de duas aplicações. Então quando se fala em 120 milhões, ao dobrar, significam 240 milhões para atendimento a 120 milhões de brasileiros", acrescentou.

"Guerra de vacina"

Para a CNN, o governador de São Paulo declarou não ver uma disputa com o governo federal para ver quem será o "vencedor" da disponibilidade da vacina. A prioridade precisa ser a saúde da população.

"Quero registrar que não estamos fazendo uma corrida pela vacina, mas pela vida. Torcemos sim para que a de Oxford tenha sucesso e êxito na 3ª e ultima fase. Não se trata de eleger a melhor, mas sim as duas vacinas", apontou.

"A CoronaVac e a de Oxford estão dentro do protocolo da OMS, o que não deixa de ser um privilégio do Brasil termos em breve duas vacinas para os brasileiros."

Ele também reiterou que o Instituto Butantan não vai produzir a vacina registrada hoje pelo governo da Rússia. Segundo Doria, o governo do estado recebeu um relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde) pedindo "cautela" sobre a tecnologia russa.

"Não quero descredenciar [a vacina], mas hoje recebemos um relatório da OMS recomendando cautela. O que significa uma atenção redobrada. E é exatamente a cautela que tivemos semanas atrás. Novamente, não quero desqualificá-la, mas a orientação da OMS foi muito clara", disse.