Rússia: professores temem exigência de tomar vacina antes do fim dos testes
O sindicato de professores russos Uchitel lançou uma petição online contra a possível obrigatoriedade de vacinação, em docentes, contra o coronavírus utilizando a vacina russa. Professores temem que a imunização — que já é obrigatória para militares —, antes da conclusão de todos os testes clínicos, possa ser prejudicial à saúde.
A reabertura das escolas russas ocorre hoje e a petição explica que "é provável que os diretores das escolas estejam sob pressão para que todos sejam vacinados" com a Sputnik V, a primeira vacina registrada oficialmente contra a covid-19, mesmo sem a conclusão de todas as fases de testes.
Um oficial do sindicato disse à Reuters que o Uchitel representa 700 dos 1,2 milhão de professores do país mas, até o momento, quase 1.400 pessoas assinaram a petição.
As autoridades russas informaram que, este mês, médicos e professores estarão aptos para receber a vacina voluntariamente. A iniciativa possui o apoio do presidente Vladimir Putin.
Apesar do receio dos professores, o Ministério da Saúde local informou que a vacinação será voluntária — menos para os militares — e enviou outras questões sobre o receio dos docentes ao Ministério da Educação, que não respondeu aos questionamentos.
O gabinete do prefeito de Moscou, capital da Rússia, informou que "não há pressão sobre as escolas e, portanto, não há medida de punição para os professores [que não quiserem tomar a vacina]".
Segundo a Reuters, clínicas de Moscou começaram a receber doses da vacina — aprovadas para uso no país — mesmo que a fase 3 de testes só tenha sido iniciada na última quarta-feira (26), em cerca de 40 mil pessoas.
A Rússia é criticada por lançar a imunização antes do fim da fase 3, tida como essencial para comprovar a eficácia da imunização, e após menos de dois meses do início dos testes em humanos.
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