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'Nenhum registro de reação adversa', diz Doria sobre vacina do Butantan

Governador de São Paulo, João Doria (PSDB)  - MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO
Governador de São Paulo, João Doria (PSDB) Imagem: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

Lucas Borges Teixeira, Patrick Mesquita e Rafael Bragança

Do UOL, em São Paulo

09/09/2020 12h58Atualizada em 09/09/2020 18h20

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou hoje que a terceira fase de testes da vacina CoronaVac, contra o novo coronavírus, não registrou reação adversa significativa nos testados até o momento. A imunização é produzida em parceria entre o Instituto Butantan, da USP (Universidade de São Paulo), e o laboratório chinês Sinovac.

"Nos testes que fizemos, desde o dia 21 de julho, há quase 50 dias, não temos nenhum incidente, nenhum registro de reação adversa significativa nesses quase 9 mil voluntários. Os prognósticos são promissores", afirmou Doria, em entrevista coletiva concedida no Palácio dos Bandeirantes.

Segundo o governo, a CoronaVac apresentou uma imunização de 98% dos 421 voluntários acima de 60 anos na segunda fase de testes. Os dados apresentados se contrapõem às declarações da representante de mídia da Sinovac, Liu Peicheng, à agência Reuters, de que a vacina se mostrou "não tão eficaz" em idosos como em jovens e adultos.

"Os testes demonstram que é segura e com taxa de eficiência de 98% na imunização de idosos. Estudos da segunda fase demonstram que pessoas com mais de 60 anos, que representam um dos maiores grupos de risco da covid-19, receberam mais de uma dose e a resposta imune chegou a 98%", disse.

De acordo com o governo paulista, ao todo serão 9 mil voluntários testados — todos médicos ou paramédicos — em seis estados. Se os bons resultados se mantiverem, a previsão é que a imunização da população comece em dezembro deste ano.

"A partir de 15 de outubro poderemos ter a análise da eficácia. Um organismo internacional irá concluir se houve ou não eficácia. Se for registrado que houve, poderá ser feito o registro da vacina", explicou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. "Estamos muito esperançosos."

Doria lamenta pausa em testes da vacina de Oxford

Doria lamentou ainda a pausa nos testes da vacina da farmacêutica AstraZeneca, produzida em parceria com a universidade de Oxford. "Lamento profundamente a interrupção dos testes da vacina de Oxford e pessoalmente torço para que tudo corra bem e tudo seja superado. Já disse e repito, nossa corrida não é para saber qual vacina chega primeiro, é pela vida", afirmou.

Os testes, em estágio final, foram suspensos temporariamente após uma suspeita de "reação adversa séria" em um participante do estudo.

Esta é uma ação rotineira que deve acontecer sempre que for identificada uma potencial reação adversa inesperada em um dos ensaios clínicos, enquanto ela é investigada, garantindo a manutenção da integridade dos estudos", afirmou a farmacêutica, em comunicado.

O Brasil é um dos países em que a vacina está sendo testada. Agora, os estudos devem atrasar e não há previsão para vacinação.