Doria confia que acordo para vacina no SUS pode sair até quarta-feira
O governador de São Paulo João Doria (PSDB-SP) disse hoje que confia na oficialização de um acordo entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan para a disponibilização no SUS (Sistema Único de Saúde) da CoronaVac, vacina contra a covid-19 desenvolvida e testada pelo governo paulista em parceria com um laboratório chinês. Segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, a formalização pode acontecer já na quarta-feira (16).
"Eu não vejo como o governo federal, sob qualquer alegação, possa dizer aos brasileiros que há brasileiros de primeira classe e de segunda classe, os que serão vacinados antes e os que serão vacinados depois. Eu duvido que o presidente da República (Jair Bolsonaro) tenha capacidade de dizer isso aos brasileiros. Tenho a convicção de que ele dirá que a vacinação será feita para todos", afirmou Doria durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.
Já Dimas Covas lembrou que restam apenas burocráticos para o fechamento do acordo entre o Butantan e o ministro interino da Saúde Eduardo Pazuello, que vem conversando com o governo paulista e a instituição ligada à gestão estadual. Foi pedido ao governo federal R$ 1,9 bilhão para aumentar a capacidade de produção da CoronaVac.
"A liberação de recursos depende de algum procedimento burocrático. Tem uma equipe do ministério e do Butantan que estão trabalhando desde a semana passada, e terça e quarta uma equipe do Butantan se descola para Brasília para terminar esse processo burocrático", disse Dimas Covas.
"A partir de quarta (16), quinta-feira (17), formalmente todos os procedimentos estarão aptos a serem anunciados do ponto de vista de financiamento", completou o diretor do Instituto Butantan.
100 milhões de doses e fábrica ampliada
O financiamento que a gestão paulista tenta fechar com o governo federal pode garantir boa parte da imunização contra a doença causada pelo coronavírus aos brasileiros. A ideia do Butantan, como confirmou Dimas Covas na quarta (9), é fornecer até 100 milhões de doses em abril do ano que vem.
Para isso, a instituição investe na ampliação da sua fábrica em São Paulo, mesmo ainda sem o aporte financeiro federal. Com R$ 97 milhões já arrecadados pelo governo paulista junto à iniciativa privada, foi anunciado hoje que a reforma começa em novembro e deve ser entregue no segundo semestre de 2022.
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