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Políticos reagem à compra de vacina chinesa: "Fim à politização"

Doria mostra embalagem de possível vacina durante coletiva de imprensa - Reprodução/Flickr Governo SP
Doria mostra embalagem de possível vacina durante coletiva de imprensa Imagem: Reprodução/Flickr Governo SP

Do UOL, em São Paulo

20/10/2020 16h54Atualizada em 21/10/2020 07h35

Políticos e outras autoridades reagiram após o Ministério da Saúde anunciar a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra o coronavírus desenvolvida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science.

O governador de São Paulo João Doria (PSDB), que vinha fazendo campanha pelo acordo entre o governo federal e o Butantan, comemorou o anúncio como uma vitória para o país. "Venceu o Brasil", escreveu Doria no Twitter.

O governador também publicou um vídeo agradecendo ao ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

"Foi uma vitória da vida, uma vitória da solidariedade" disse Doria. "O que o Brasil precisa é disso: paz, união, integração e a vacina, a vacina para salvar os brasileiros", completou.

O governador paulista também sai vitorioso com o acordo, já que o Butantan é ligado à Secretaria de Saúde paulista e a CoronaVac é a grande aposta de Doria para iniciar a vacinação contra a covid-19 em São Paulo e no Brasil.

Também nas redes sociais, a deputada federal e candidata à Prefeitura de São Paulo Joice Hasselmann comemorou a notícia, dizendo ser resultado de uma pressão feita por secretários estaduais. Joice classificou o anúncio como "um grito para dar fim à politização das vacinas".

"A decisão do Ministério de incorporar a vacina do Butantan ao PNI é importantíssima — é resultado da pressão dos secretários estaduais da saúde que deram um grito para dar FIM à politização das vacinas", escreveu a ex-aliada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, disse que o trabalho conjunto será essencial para alcançar a todos os brasileiros.

"O Ministro da Saúde, Pazuello, informou que coordenará o plano nacional de imunização contra o coronavírus, inclusive adquirindo as vacinas fabricadas pelo Instituto Butantã. Ótima notícia que levará ao trabalho conjunto entre a União/Estados/Municípios para alcançarmos igualmente todos os brasileiros", afirmou.

O senador Randolfe Rodrigues publicou vídeo, nas redes sociais, repercutindo a compra da vacina chinesa.

"É uma notícia que vem com alívio a posição adotada pelo Ministério da Saúde. A luta pela vacina não tem corpo partidário, o vírus não tem ideologi política. Essa vitória é uma vitória para todos, amapaenses, brasileiros, para toda a humanidade", pontuou.

Os deputados federais Carla Zambelli e Luiz Philippe de Orleans e Bragança apresentaram um projeto de lei para alterar norma editada por Bolsonaro, em fevereiro, que insistiu a vacinação compulsória. O projeto "torna crime funcionário público do Poder Executivo federal, estadual ou municipal obrigar alguém a se submeter, com risco de vida, a tratamento médico, vacinação ou a intervenção cirúrgica, submetido a pena de reclusão de 1 a 5 anos".

Após o anúncio da compra da vacina chinesa, feita pelo Ministério da Saúde, Zambelli voltou a pedir o apoio de deputados para a aprovação do PL. "Pedimos apoio dos demais deputados para a aprovação de nosso PL, pois obrigar o cidadão a se vacinar representa retrocesso aos direitos fundamentais dos cidadãos, que podem se tornar autênticas 'cobaias humanas' de laboratórios farmacêuticos, por enfrentarem risco de vida", afirmou ela.

Acordo

A vacina, segundo o ministro Eduardo Pazuello, será incluída no PNI (Plano Nacional de Imunizações). "Temos a expertise de todos os processos que envolvem esta logística, conquistada ao longo de 47 anos de PNI. As vacinas vão chegar aos brasileiros de todos os estados", disse o general.

O anúncio foi feito durante reunião com 24 governadores, entre eles, Doria.

Além destas doses, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) deve começar, a partir de abril, a produção própria da vacina da AstraZeneca, desenvolvida junto à Universidade de Oxford (Reino Unido), e disponibilizar ao país até 165 milhões de doses durante o segundo semestre de 2021.