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SP: Secretário contradiz Doria sobre reunião por vacina: 'Visita informal'

Secretário Jean Gorinchteyn minimizou encontro em Brasília que deveria definir distribuição da CoronaVac - MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO
Secretário Jean Gorinchteyn minimizou encontro em Brasília que deveria definir distribuição da CoronaVac Imagem: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

20/10/2020 14h48Atualizada em 20/10/2020 20h49

O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, contradisse hoje o governador João Doria (PSDB) ao minimizar a importância de uma reunião marcada para amanhã, em Brasília, que deveria contar com a presença do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Nela, segundo Doria, seria tomada uma decisão sobre a distribuição da CoronaVac pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para outros estados além de São Paulo.

"É uma visita totalmente informal, de agradecimento pelo apoio que estamos recebendo das várias instituições, inclusive da própria Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no apoio da vacina CoronaVac", disse Gorinchteyn em entrevista à CNN Brasil.

Em nota ao UOL, a assessoria da prefeitura de São Paulo disse não haver contradição entre a fala de Gorinchteyn e de Doria. "O fato de a visita ser informal não significa que decisões importantes não possam ser tomadas", afirmou, citando como exemplo o anúncio feito pelo Ministério da Saúde sobre a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac.

A CoronaVac é a vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. O imunizante se encontra atualmente em testes de eficácia e a previsão era de que São Paulo pudesse começar a vacinar profissionais da saúde com ele ainda em dezembro. Ontem, porém, Doria recuou e disse que não pode dar uma data precisa para o início da vacinação.

Nas entrevistas coletivas sobre a pandemia do novo coronavírus no Palácio dos Bandeirantes, a reunião de amanhã com Pazuello foi sempre tida como crucial para um acordo entre a administração paulista e o governo federal. Na semana retrasada, inclusive, Doria confirmou presença no encontro e disse que a reunião também definiria o possível investimento federal em uma nova fábrica do Butantan para a produção da vacina.

Gorinchteyn, porém, reforçou que o encontro não fazia parte da agenda de Pazuello, que voltou a cancelar compromissos por conta de um mal-estar hoje. Assim, fica cada vez mais improvável o encontro para discutir a distribuição da CoronaVac.

"Não tínhamos agenda nenhuma com o ministro, eram outras agendas e aí no caso de, eventualmente, se ele tivesse alguma possibilidade de nos atender, isso eventualmente aconteceria. Mas não será o caso, teremos outra agenda bastante tomada que não dará a possibilidade, inclusive até por afastamento inicial do ministro", comentou o secretário.

O encontro também foi tratado pelo governo paulista como importante para alinhar o processo de aprovação da CoronaVac pela Anvisa, que já vem analisando os estudos de segurança do imunizante. Para Gorinchteyn, mesmo que a comitiva paulista não se encontre com o diretor da Agência, Antonio Barra Torres, o imunizante não corre risco de ter seu registro no PNI (Programa Nacional de Imunizações) atrasado.

"Por outro lado, temos que entender que as tratativas de um órgão técnico como a Anvisa são muito claros", disse o secretário.

Sem obrigatoriedade

Jean Gorinchteyn ainda comentou sobre a obrigatoriedade da vacina contra a covid-19 pregada por Doria na última sexta-feira (16). Segundo o secretário, não é intenção do estado de São Paulo brigar para que o imunizante seja obrigatório.

"Não existe uma obrigatoriedade para o programa (PNI). Existe um incentivo, uma orientação, um convencimento, uma sensibilização da população para isso. Não queremos discutir 'você é obrigado', mas queremos orientar porque seria bom tomar vacinas", afirmou o secretário.

"Não estamos falando só da CoronaVac, temos outras vacinas que estarão no pleito do Programa Nacional de Imunizações", concluiu Gorinchteyn.