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Pontes diz não ver problema em obrigar pessoas a tomar vacina 'comprovada'

"Se você tem alguma coisa testada, comprovada, não tem problema nenhum", disse o ministro - Francisco Stuckert/Fotoarena/Estadão Conteúdo
"Se você tem alguma coisa testada, comprovada, não tem problema nenhum", disse o ministro Imagem: Francisco Stuckert/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Thiago Varella

Colaboração para o UOL, em Campinas

21/10/2020 17h13

O ministro Marcos Pontes, de Ciência, Tecnologia e Inovações, afirmou ser favorável à obrigatoriedade de uma vacina contra o novo coronavírus que seja bem testada anteriormente, como acontece, segundo ele, com as imunizações infantis no Brasil.

"Eu não sou especialista, mas se você tem alguma coisa testada, comprovada, passou por todos os testes, como nós temos com a BCG, que é obrigatório tomar quando criança, pelo menos eu acho que é obrigatório, tudo bem, não tem problema nenhum [obrigar]", disse, ao ser questionado por jornalistas.

Pontes participou da abertura da primeira linha de luz do Sirius, em Campinas (SP), ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A chamada Manacá é a primeira estação experimental do complexo. Ambos aproveitaram a inauguração para visitar as instalações do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, onde fica o Sirius.

O ministro também afirmou ser contra obrigar as pessoas a testarem uma vacina e evitou falar sobre a polêmica envolvendo a vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, em parceria com o laboratório chinês Sinovac Life Science.

"Essa é uma decisão do Ministério da Saúde. Só posso dizer que meu ministério está financiando 15 protocolos de vacinas diferentes pesquisadas no Brasil", disse.

Pontes voltou a defender a divulgação, realizada segunda-feira (19), da pesquisa sobre a suposta eficácia da medicação nitazoxanida (conhecida como "Annita"), mesmo sem dados do estudo.

"Nós temos hoje comprovado cientificamente no Brasil que consegue reduzir a carga viral de uma doença como essa. Salvar vidas é a coisa mais importante. Cada dia a gente perde 500 vidas. Se eu esperasse um mês [para divulgar] 15 mil pessoas poderiam ser salvas com a Annita e não seriam. Eu não conseguiria dormir", afirmou.

O presidente Jair Bolsonaro deixou o evento sem falar com a imprensa.