Anvisa diz que origem da vacina pouco importa e espera testes da CoronaVac
O presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra, disse não estar preocupado com a origem das candidatas à vacina contra o coronavírus, e sim com sua qualidade, segurança e eficácia. A declaração vem pouco depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desautorizar o Ministério da Saúde e negar que o governo comprará doses da CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan junto à farmacêutica chinesa Sinovac Life Science.
"A Anvisa não participa de nenhuma compra do governo federal. As políticas públicas também são de competência do Ministério da Saúde. Para nós, pouco importa de onde vem a vacina ou qual é seu país de origem: nosso dever constitucional é fornecer a resposta de que esses produtos têm ou não têm qualidade, induzem ou não a imunidade", afirmou Barra a jornalistas.
Alessandra Bastos, diretora da Anvisa, complementou a declaração do presidente, exaltando a imparcialidade da atuação da agência e dizendo que não é competência da Anvisa fazer julgamentos sobre as aquisições realizadas.
"É o Ministério da Saúde que decide o que comprar, quando comprar e de quem comprar", acrescentou.
Testes da CoronaVac
Sobre os resultados de segurança da vacina CoronaVac, que foram anunciados pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), na segunda-feira (19), a Anvisa informou que ainda não recebeu os documentos de gestão paulista.
"Esses documentos citados, nós não recebemos. Eles não foram enviados à Anvisa", revelou Barra.
Doria não comentou hoje sobre essa entrega dos documentos. As falas de Barras aconteceram quando o governador já tinha deixado a Anvisa.
Na segunda, Doria disse que "os primeiros resultados do estudo clínico comprovam que, entre todas as vacinas, a CoronaVac é a mais segura e a que apresenta melhores índices e mais promissores. É, de fato, a vacina mais avançada neste momento".
Politização e previsão
Questionado sobre uma possível politização das vacinas, o presidente da Anvisa assegurou que a agência será imparcial.
"Nós nos manteremos fora da discussão política e fora de qualquer outra discussão que não seja o norte técnico e científco, para que possamos entregar a vacina o quanto antes para o povo brasileiro", prometeu.
Ele também não quis fazer qualquer previsão de quando uma vacina contra covid-19 deve estar disponível no Brasil.
"Não estaremos atrelados a nenhuma data. Se alguém efetuar alguma predição, oxalá possamos atender. Mas obviamente não será por um fator determinante de esforço maior feito por nós, porque estamos trabalhando no máximo esforço possível", explicou o presidente da Anvisa.
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