Governo de São Paulo nega aumento nas internações hospitalares por covid-19
O governo de São Paulo afirmou hoje, durante entrevista coletiva realizada no Palácio dos Bandeirantes, que as internações causadas por covid-19 não estão crescendo no estado. Na última segunda-feira, a colunista da Folha Mônica Bergamo revelou que hospitais privados registraram aumento do número de atendimentos por causa da doença.
Hoje a coluna publicou uma mensagem da infectologista Christina Gallafrio Novaes, do Hospital das Clínicas de São Paulo, enviada a amigos na qual ela relata um aumento grande nas internações de alguns hospitais. O governador João Doria (PSDB) e seus auxiliares negaram essa informação.
O primeiro a tocar no assunto hoje, espontaneamente, foi João Gabbardo, secretário-executivo do comitê de contenção do novo coronavírus. Ele disse que variações mínimas podem ocorrer nas internações, mas disse que não representam um problema mais grave por enquanto.
"Números de São Paulo não estão piorando. Os aumentos de internação não se confirmam nos indicadores que acompanhamos. Variações de um dia para o outro acontecem. Mas em períodos maiores, como na média móvel, não se confirma o aumento. É definitivo? Não é. Então continuaremos acompanhando", disse Gabbardo.
José Medina, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, apresentou esses dados citados por Gabbardo.
"Nas últimas quatro semanas, o número de internações em hospitais privados foi 233, 233, 243, 214 e 228. Então, nas últimas cinco semanas, não houve aumento. Há dois meses, foi de 311, 301 e 332. Então, nos últimos dois meses, houve diminuição. E nas últimas cinco semanas, está estável", analisou Medina.
Conforme foi antecipado pela Folha, houve crescimento em hospitais como Sírio Libanês, HCor, Vila Nova Star e São Camilo. O governador João Doria afirmou que essas unidades costumam receber pacientes de outros estados — e portanto isso não representaria um aumento da transmissão nos municípios paulistas.
"Grandes hospitais de São Paulo vêm recebendo semanalmente dezenas de pacientes de outros estados do país. É importante destacar isso para não incluir, na conta de São Paulo, pacientes que vieram de outros estados", argumentou Doria.
Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde do estado, pediu que os dados do governo sejam respeitados.
"Esses dados têm credibilidade e são baseados nele que vamos fazer o Plano São Paulo. São eles que vão gerenciar as atitudes do governo do estado, para dar segurança para todos. Se tem qualquer outra plataforma revelando aumento, não temos essa informação. Estamos atentos e nos baseando em dados que são fieis e precisam ser respeitados", afirmou.
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