Butantan espera formalização da Saúde e projeta 9 mi de doses em janeiro
Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas disse hoje que aguarda uma formalização do Ministério da Saúde para fechar o acordo que permitirá a compra e distribuição da CoronaVac pelo PNI (Programa Nacional de Imunização). A instituição ligada ao governo paulista espera ter 9 milhões de doses da vacina contra a covid-19 à disposição em janeiro.
"Esperamos que o Programa Nacional de Imunização, além da vontade manifesta de incorporar [a CoronaVac], de fato faça a formalização e assine documentos que permitam que o Butantan entregue vacinas. É o que aguardamos. E o cronograma de início de vacinação poderá começar em janeiro", afirmou Covas em entrevista coletiva realizada no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.
A CoronaVac é a vacina desenvolvida e testada pelo Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. O governo paulista já afirmou que entrará na semana que vem com um pedido de liberação de forma simultânea na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e na agência sanitária chinesa. Com isso, a gestão do governador João Doria (PSDB) pretende ter uma autorização para começar a vacinação no início do ano.
"A partir de janeiro é possível que tenhamos autorização para o uso da vacina", disse Covas. "A partir do dia 15, é possível que tenhamos 9 milhões de doses para serem usadas nos brasileiros. A vacina não pode ficar na prateleira, tem que ir para o braço dos brasileiros", completou o diretor do Butantan.
Doria já anunciou um plano estadual de vacinação com início em 25 de janeiro, data do aniversário da capital do estado. O governador tem cobrado com frequência a gestão Bolsonaro para que a CoronaVac seja comprada e distribuída pelo próprio Ministério da Saúde.
Hoje, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, voltou a citar uma combinação de fatores para dizer hoje que o Brasil poderá ter, em janeiro, 24,7 milhões de doses disponíveis de vacinas contra a covid-19 em janeiro.
"Estamos falando, em janeiro, de 500 mil doses da Pfizer, 9 milhões de doses do Butantan e 15 milhões a AstraZeneca. A data exata é o mês de janeiro. Pode ser 18, 20 de janeiro. Mas se nós pudermos compreender que o processo vai nos dar a data (...) já nos dá um novo desenho. Isso tudo dependendo do registro da Anvisa", afirmou.
Doria espera documento amanhã
O governador paulista também falou sobre a manifestação de compra do governo federal, que segue sem ser confirmada de forma definitiva. Doria lembrou que o Ministério da Saúde já fez um pedido para ter doses da vacina da Pfizer/BioNtech, responsável por ter iniciado a vacinação contra a covid-19 no Reino Unido e nos Estados Unidos, e do imunizante da AstraZeneca, conhecido como vacina de Oxford.
"Não recebemos comunicação formal, oficial, irretratável e irreversível sobre compra das vacinas. Ontem, Pazuello telefonou. Ele é sempre gentil comigo ao telefone ou WhatsApp. Ele prometeu fazer encaminhamento até amanhã deste documento que propõe a aquisição de 46 milhões de doses em caráter irreversível e irretratável", afirmou Doria.
"Precisamos ter um documento firme, definitivo e irrevogável do Ministério para a aquisição da vacina do Butantan. É o mesmo documento que já encaminhou para a Pfizer e Astrazeneca, internacionais, mas não encaminhou ao nacional, que é o Butantan", completou o governador.
Mais 2 milhões de doses chegam a SP
O governo paulista ainda anunciou a chegada de mais 2 milhões de doses já prontas da CoronaVac. Vindas da China, as doses chegarão amanhã ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo. O carregamento é o terceiro que chega da China com doses prontas ou insumos para a produção local da CoronaVac pelo Butantan. No total, o estado tem atualmente 3,12 milhões de doses a serem disponibilizadas da vacina.
"É o maior carregamento de vacinas que chega ao continente americano em uma só vez", disse Doria. "E ao longo das semanas subsequentes continuaremos recebendo insumos para o Butantan produzir mais vacinas. Renovo a informação de que estamos prontos para iniciar a vacinação tão longo recebermos o aval da Anvisa ou da agência chinesa de regulação de medicamentos", completou o governador.
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