Mourão diz que tomará vacina 'eficiente', não 'aquela que depois passa mal'
O vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), declarou hoje que vai tomar a vacina contra o coronavírus se esta for comprovadamente "eficiente e eficaz". "Não [se for] aquela que depois vai passar mal. Eu sou velhinho, né? Não pode dar mole, não", brincou.
O posicionamento do vice contrasta com o do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que trava uma guerra política envolvendo as ações de combate à pandemia e tem dito sistematicamente que não vai se imunizar. O governante é contra a obrigatoriedade do processo de vacinação, tema que analisado ontem pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
No julgamento, a Corte decidiu que as autoridades podem determinar a obrigatoriedade, mas fica vedado o uso de força policial ou qualquer ato repressivo no sentido de conduzir o cidadão ao posto de vacinação. Por outro lado, os estados e municípios podem aplicar penalidades àqueles que não aderirem à imunização. Essas sanções devem ser definidas em lei pelas Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores.
Em live realizada ontem, Bolsonaro disse que a decisão do STF pode ser "inócua" (inofensiva) e afirmou que o governo não determinará medidas contra quem não quiser tomar a vacina. No entanto, isso não garante que estados e municípios vão acompanhar a postura do Executivo federal.
Para Mourão, há um superdimensionamento da polêmica relacionada a obrigatoriedade ou não da vacina. Segundo o vice-presidente, desde o começo, Bolsonaro "colocou que ninguém vai agarrar ninguém a força para vacinar". Na visão do general, o resultado do julgamento do Supremo apenas confirma esse posicionamento.
"A vacina ser obrigatória era algo que já estava decidida há muito tempo. Vai ter gente que não vai se vacinar. Até no voto ontem do ministro Barroso, ele deixou isso claro", comentou.
"Agora, depois que a gente conseguir disponibilizar a vacina para toda a população, vão ocorrer em algum momento medidas até de... o caso, por exemplo, da febre amarela. Você só viaja para determinadas se regiões se tiver sido vacido. No próprio serviço público. Nas Forças Armadas, por exemplo, para ingressar você tem que apresentar o certificado de algumas vacinas. Isso poderá ocorrer no futuro. Mas é uma coisa normal isso aí. Está sendo feita uma agitação em cima de algo que já é normal na nossa vida."
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