Topo

SP cobra prefeitos contra covid-19: 'Irresponsáveis vão para o fim da fila'

Allan Brito, Andréia Martins e Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

06/01/2021 12h19Atualizada em 06/01/2021 21h51

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), cobrou hoje os 645 prefeitos que tomaram posse em 2021 para que ajam com responsabilidade em relação às recomendações das autoridades estaduais no combate à pandemia do coronavírus.

O tucano e seus auxiliares se reuniram nesta quarta-feira (6) para tratar das diretrizes do estado para o próximo biênio, incluindo o plano estadual de imunização, o Plano São Paulo, de reabertura econômica e flexibilização da quarentena durante a pandemia da covid-19, e a política de retomada econômica.

Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional de São Paulo, disse que aos prefeitos que o governo vai priorizar "aqueles que seguem Plano São Paulo" nos atendimentos, e que aqueles gestores municipais que forem irresponsáveis com relação às recomendações do governo do estado irão para "o fim da fila".

"Vidas estão nas mãos de cada um de vocês. Vamos priorizar aqui aqueles [prefeitos] que seguem o Plano São Paulo nos atendimentos. Aqueles que forem irresponsáveis vão para o fim da fila neste momento. Vamos cobrar. Se não tiverem seguido as regras fundamentais da saúde, notificamos, encaminhamos para o MP [Ministério Público], que muitas vezes entra com ações de improbidade, responsabilizando prefeitos que vão sofrer ações", afirmou.

No mesmo tom, Doria mandou um recado a prefeitos que não seguirem as determinações do Plano São Paulo. No final de dezembro, o governo estadual notificou 20 prefeituras que descumpriram o decreto que colocou o estado em fase vermelha nos feriados prolongados de Natal e de Réveillon.

"Tivemos recentemente experiência majoritariamente boa de prefeitos que foram corajosos, na proteção da vida. Alguns poucos não agiram como deveriam. Mas esperamos que exceções não mais aconteçam. Não é cabível ter em São Paulo exceções, menos de 20, que não seguiram orientação do governo de proteger a vida dos munícipes", afirmou Doria.

Plano de vacinação

Na reunião também foi detalhado o plano de vacinação contra a covid-19 para o estado. "O programa tem como público-alvo a população superior a 60 anos, o equivalente a 7,5 milhões de pessoas. Esse grupo corresponde a 77% das mortes. Por isso a prioridade para esse grupo, assim como trabalhadores de saúde, indígenas e quilombolas, que contemplam 1,5 milhão", afirmou Jean Gorinchteyn, secretário de Estado da Saúde.

Segundo o governo paulista, serão mais de 10 mil postos de vacinação, com utilização de escolas, quartéis, estações, farmácias e sistema de drive-thru, e 18 milhões de doses - o bastante para imunizar 9 milhões de pessoas - nessa primeira fase, que vai até 28 de março. Os horários de atendimento estão programados das 7h às 22h em dias úteis e das 7h às 17h em finais de semana e feriado, com possibilidade de extensão.

A segunda dose será aplicada no intervalo de 21 dias. Ao todo, a logística estadual reunirá:

  • 18 milhões de doses de vacina
  • 54.000 profissionais de saúde
  • 27 milhões de seringas e agulhas
  • 5.200 câmaras de refrigeração
  • 25 postos estratégicos de armazenamento e distribuição regional
  • 30 caminhões refrigerados de distribuição diária para 2.100 viagens durante todo o processo
  • 25 mil policiais para escolta das vacinas e segurança dos locais de vacinação

"CoronaVac é a vacina em testes mais segura e produz anticorpos contra coronavírus em 97% dos casos. Essa vacina já foi utilizada em mais de 60 mil pessoas na Turquia. Foi também iniciada na China e na Indonésia, garantindo proteção à vida. Isso faz com que tenhamos 50 países vacinando a população. Não podemos mais esperar", afirmou o secretário.

O governo ainda não apresentou, no entanto, a taxa de eficácia da vacina - o que deve ser feito amanhã (7) - depois de duas prorrogações em dezembro. Nesta quarta, o Instituto Butantan informou que se reunirá ainda hoje à tarde com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância em Saúde) para uma reunião técnica sobre a vacina que desenvolve contra o novo coronavírus.

Na reunião virtual com prefeitos, Doria disse também que o estado vive uma segunda onda de contaminações e prevê um ano difícil para o estado, que até ontem registrou 47.222 mortes e 1.486.551 casos confirmados do novo coronavírus, segundo balanço da Secretaria Estadual da Saúde. A taxa de ocupação de leitos de UTI é de 62,3% no estado, média que é de 65,3% na Grande São Paulo.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado no texto, ao todo, 54 mil profissionais estão envolvidos na imunização, e não 54 milhões. A informação foi corrigida