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Butantan se reúne com Anvisa e diz que revela amanhã eficácia da CoronaVac

Instituto Butantan terá reunião com Anvisa para tratar sobre CoronaVac - ALOISIO MAURICIO/ESTADÃO CONTEÚDO
Instituto Butantan terá reunião com Anvisa para tratar sobre CoronaVac Imagem: ALOISIO MAURICIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

06/01/2021 12h47Atualizada em 06/01/2021 17h16

O Instituto Butantan se reuniu hoje (6) com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uma reunião técnica sobre a vacina que desenvolve contra o novo coronavírus. Em nota, o instituto informou que apresentará amanhã os resultados de eficácia da vacina CoronaVac, desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

O governo João Doria (PSDB) já prometeu duas vezes apresentar os resultados da vacina, mas recuou, justificando questões contratuais junto ao laboratório chinês.

Na reunião de hoje, às 14h30, trataram de questões técnicas do estudo da vacina, mas foram informados detalhes.

Em nota, após a reunião, a Anvisa informou que "o encontro virtual tratou do andamento das ações e estudos necessários para subsidiar a análise de pedido de uso emergencial ou de registro definitivo para a vacina Coronavac".

Também havia a previsão de uma segunda reunião nesta quarta-feira, às 17h, com o gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, para fazer a última checagem de informações antes de pedir autorização para uso da vacina. Essa última reunião foi cancelada e será remarcada amanhã (7). A previsão é que aconteça às 10h.

Sobre a reunião de amanhã, o Butantan informou, em nota, que vai "tratar da eficácia da vacina e da submissão do pedido de registro. A expectativa é que os resultados de eficácia sejam divulgados amanhã, quinta-feira, dia 7, em coletiva de imprensa".

O motivo do cancelamento da reunião do final da tarde de hoje não foi informado pelo Butantan.

A expectativa é que o governo Doria faça amanhã o pedido para uso da vacina. O Butantan pretende ingressar com dois pedidos: um emergencial (para vacinar grupos de risco) e outro para registro (que permite aplicação em massa, para toda a população).

Até esta quarta-feira (6), nenhum laboratório pediu autorização à Anvisa para aplicação de doses. A agência reguladora prevê que o pedido emergencial pode levar até dez dias para análise, já o de registro, até 60 dias.

No entanto, o governo paulista defende a aplicação de uma lei aprovada ano passado que determina prazo de 72 horas para a Anvisa aprovar o uso de fármacos (entre eles vacina) desde que já aprovados em agências regulatórias de referência. A leia vale para vacinas que estejam registradas (para uso em massa) nas agências dos Estados Unidos, União Europeia, Japão e China. Até hoje, nenhuma vacina está aprovada nesta condição em nenhuma dessas agências.

Avanço da pandemia

Em reunião virtual com prefeitos eleitos, Doria disse hoje que o estado e o país vivem uma segunda onda de coronavírus. Doria já havia dito que o pior tinha sido superado, em agosto.

"Tenho que fazer um alerta e um apelo. Alerta é a circunstância de segunda onda da covid-19, que chegou ao Brasil e mundo. Não tínhamos essa expectativa até outubro, mas São Paulo, Brasil e 215 países lamentavelmente estão vivendo a segunda onda deste vírus", declarou o governador aos 645 prefeitos do estado.

O secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, cobrou responsabilidade dos administradores municipais.

"Vidas estão nas mãos de cada um de vocês. Vamos priorizar aqui aqueles que seguem o Plano São Paulo nos atendimentos. Aqueles que forem irresponsáveis vão para o fim da fila neste momento. Vamos cobrar. Se não tiverem seguido as regras fundamentais da saúde, notificamos, encaminhamos para o MP (Ministério Público), que muitas vezes entra com ações de improbidade, responsabilizando prefeitos que vão sofrer ações", afirmou Vinholi durante a reunião virtual.

No final do ano, prefeitos de cidades do litoral paulista desrespeitaram a orientação do governo para restringir o funcionamento do comércio e restringir a circulação de pessoas.

A existência de uma segunda onda no Brasil é um conceito ainda debatido entre especialistas, visto que, apesar de uma queda em outubro e novembro, o país nunca chegou a controlar a pandemia de fato.

Vacinação

O governo Jair Bolsonaro (sem partido) apresentou em dezembro um plano nacional de imunização, mas não definiu data para iniciar a imunização. Em São Paulo, Doria prometeu o início da vacinação em 25 de janeiro, mas só poderá vacinar se tiver aval da Anvisa para isso.

O Brasil voltou a registrar mais de mil mortes por dia pela covid-19 nesta terça-feira (5). Ontem foram 1.186 mortes, com isso o total chegou a 197.777 óbitos desde o início da pandemia. Os infectados somam 7,8 milhões. Os dados foram divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado no primeiro parágrafo do texto, a Anvisa é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e não de Saúde. A informação foi corrigida.