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Com mais de mil mortes pelo 3º dia, Brasil tem 10 estados e DF em alta

Colaboração para o UOL, em São Paulo

07/01/2021 17h29Atualizada em 07/01/2021 21h50

Na data em que ultrapassamos mais de 200 mil mortes pela covid-19 desde o início da pandemia no Brasil, o país registrou, pelo terceiro dia consecutivo, mais de mil mortes confirmadas em 24 horas. Foram 1.120 óbitos registrados entre ontem e hoje, somando 200.163 mortes pela doença até agora. Com isso, o país tem 10 estados mais o Distrito Federal com alta na média móvel de mortes. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.

Hoje, às 17h29, o marco foi divulgado em boletim extra do consórcio de veículos de imprensa. O número também foi confirmado por dados divulgados pelo Ministério da Saúde mais de uma hora depois. Nunca uma doença matou tanto no país em um ano.

Foram 741 óbitos em média nos últimos sete dias, o que representa uma estabilidade de 7% na comparação com 14 dias atrás. No entanto, o estado do Paraná foi o único que não enviou os dados atualizados até o fechamento do boletim, às 20h.

Ontem, o Brasil registrou o maior número de óbitos confirmados em apenas um dia desde 18 de agosto: 1.266.

Em 8 de agosto, o país ultrapassou as 100 mil mortes causadas pela doença. O registro do primeiro óbito ocorreu em 16 de março, na cidade de São Paulo: um homem de 62 anos que estava internado no Hospital Sancta Maggiore, da Rede Prevent Sênior, e apresentava comorbidades.

O Brasil também está perto de ultrapassar os 8 milhões de casos confirmados de covid-19. Nas últimas 24 horas, houve a confirmação de 56.404 diagnósticos positivos para o novo coronavírus, elevando o total de infectados para 7.930.943 desde o começo da pandemia.

Ministério registra recorde de casos e 2º maior nº de mortes em 24 h

Em boletim divulgado na noite de hoje, o Ministério da Saúde confirmou 1.524 novos óbitos nas últimas 24 horas. É o segundo maior entre um dia e outro, atrás apenas de 29 de julho, com 1.595. Desde o início da pandemia, 200.498 pessoas morreram por conta da doença.

Houve recorde no número de casos em um intervalo de um dia para o outro, de acordo com dados do governo federal. De ontem para hoje, foram 87.843 diagnósticos positivos para o novo coronavírus. A marca anterior era de 70.574, verificada em 16 de dezembro. O total de infectados desde o começo da pandemia chegou a 7.961.673.

Segundo dados do Ministério, o país havia atingido a marca das 100 mil mortes por covid-19 em 8 de agosto. Os números de hoje também mostram que este é o terceiro dia consecutivo no qual o país registra mais de mil novos óbitos provocados pela doença: foram 1.171 na terça (5) e 1.242 na quarta (6) - esta, até então, era a maior marca desde 25 de agosto (1.271).

Em nota oficial, o Ministério se solidarizou com os familiares das vítimas: "Nesta quinta-feira, 7 de janeiro, infelizmente o Brasil chegou ao triste número de 200 mil vidas perdidas - brasileiras e brasileiros que tiveram os sonhos e projetos interrompidos pelo coronavírus. Em nome do Presidente da República, Jair Bolsonaro, do Ministério da Saúde e de todo o Governo Federal, queremos nos solidarizar com cada família que perdeu entes queridos."

Ainda de acordo com o governo federal, 7.096.931 pessoas se recuperaram da doença, com outras 664.244 em acompanhamento.

Dez estados e DF em alta

Dez estados e o Distrito Federal registram aceleração na variação de 14 dias, o maior número desde o Natal. Sem considerar o Paraná, três apresentaram queda enquanto doze se mantiveram em estabilidade.

Já na regiões, apenas o Norte apresentou aceleração com 75%. O Sul apresentou queda (-16). As demais apresentaram estabilidade: Centro-Oeste (7%), Nordeste (11%) e Sudeste (-12%).

Especialistas indicam cálculo de média móvel

Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.

O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: estável (-2%)

  • Minas Gerais: queda (-16%)

  • Rio de Janeiro: aceleração (39%)

  • São Paulo: estável (15%)

Região Norte

  • Acre: estável (13%)

  • Amazonas: aceleração (164%)

  • Amapá: estável (-11%)

  • Pará: estável (11%)

  • Rondônia: aceleração (62%)

  • Roraima: aceleração (500%)

  • Tocantins: aceleração (109%)

Região Nordeste

  • Alagoas: estável (0%)

  • Bahia: estável (-1%)

  • Ceará: aceleração (163%)

  • Maranhão: estável (-7%)

  • Paraíba: aceleração (46%)

  • Pernambuco: queda (-32%)

  • Piauí: aceleração (34%)

  • Rio Grande do Norte: estável (10%)

  • Sergipe: aceleração (28%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: aceleração (30%)

  • Goiás: aceleração (44%)

  • Mato Grosso: estável (-6%)

  • Mato Grosso do Sul: estável (-10%)

Região Sul

  • Paraná: queda (-19%) *O estado não divulgou dados até às 20h de hoje. A variação se refere aos números de ontem.

  • Rio Grande do Sul: estável (-1%)

  • Santa Catarina: queda (-16%)

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.