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Comissão do Ministério de Ciência aprova uso de vacina feita pela Fiocruz

Fiocruz produz vacina em conjunto com a farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford - Josué Damacena/IOC/Fiocruz
Fiocruz produz vacina em conjunto com a farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford Imagem: Josué Damacena/IOC/Fiocruz

Kelli Kadanus

Colaboração para o UOL, em Brasília

15/01/2021 12h28Atualizada em 15/01/2021 12h54

A Comissão Técnica Nacional em Biossegurança (CTNBio) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações aprovou hoje a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Fiocruz. O imunizante é produzido em parceria com a farmacêutica AstraZeneca e com a Universidade de Oxford e aguarda liberação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencial no Brasil.

Essa é uma etapa necessária para utilização da vacina no Brasil, já que o imunizante da Fiocruz possui organismos geneticamente modificados, diferente de outras vacinas em teste no país.

O presidente da CTNBio, Paulo Augusto Vianna Barroso, destacou a celeridade da análise. A documentação foi enviada pela Fiocruz na terça-feira (12). A comissão é formada por 54 cientistas e a aprovação da vacina foi unânime.

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação, Marcos Pontes, falou sobre a importância de usar o aprendizado gerado com a pandemia de Covid-19. "Em ciência a gente trabalha com fato. A possibilidade de outra pandemia é muito alta, quase 100%", disse o ministro.

"A ciência é a única arma que temos para vencer essa pandemia efetivamente, vencer o vírus. Isso é importante ressaltar. Confiem na ciência no Brasil", complementou Pontes.

A Anvisa vai deliberar no domingo sobre a liberação do uso emergencial das vacinas da Fiocruz e também do Instituto Butantan, que é produzida em parceria com a farmacêutica Sinovac. O Ministério da Saúde planeja começar a vacinação da população na quarta-feira (20), às 10h.

A vacina da Fiocruz é a primeira contra a Covid-19 aprovada pelo CTNBio. A aprovação é necessária, além da liberação da Anvisa, porque a vacina é constituída por um organismo geneticamente modificado. A CTNBio estabelecer normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvem esse tipo de medicamento.

No ano passado, a comissão aprovou 14 projetos de pesquisa e dois estudos clínicos fase 3 relacionados a pesquisas e testes da vacina para a covid-19. Também foram certificadas 40 instalações de instituições de pesquisa para realização de testes.

Outras duas vacinas precisarão da mesma aprovação

A vacina da Fiocruz é a segunda com organismos geneticamente modificada usada em humanos aprovada no Brasil, segundo Barroso. A primeira foi uma vacina para a dengue, mas ela ainda não foi registrada na Anvisa e, por isso, não está liberada para uso.

Além da vacina da Fiocruz, as vacinas Janssen e Sputnik V também têm modificações genéticas e precisarão passar pela avaliação da CTNBio antes da liberação para uso no Brasil.

A CTNBio avalia a segurança da vacina para uso na população sob ponto de vista da engenharia genética. As demais deliberações sobre o imunizante cabem à Anvisa. Já as vacinas da Pfizer e da Moderna não vão precisar passar pela análise da comissão.