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Governo do AM diz à Justiça que colapso na saúde é 'infeliz coincidência'

Parentes de pacientes internados nos hospitais, fazem fila para recarregar cilindros de oxigênio na frente de empresa em Manaus - SANDRO PEREIRA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Parentes de pacientes internados nos hospitais, fazem fila para recarregar cilindros de oxigênio na frente de empresa em Manaus Imagem: SANDRO PEREIRA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

17/01/2021 10h37

Em ofício enviado à Justiça Federal, o Governo do Amazonas afirmou que o colapso sanitário que vive o estado decorrente de uma segunda onda infecções do coronavírus é uma "infeliz coincidência".

De acordo com o documento — cujas informações foram veiculadas pelo jornal O Globo — o ofício não informa as sequenciais flexibilizações da quarentena promovidas pelo governo estadual no final do ano e culpava integralmente a nova cepa encontrada no Amazonas.

"Em outras palavras, o maior poder infeccioso do vírus identificado justamente em dezembro de 2020 foi uma infeliz coincidência absolutamente imprevisível, que tem se repetido em outros países (muito desenvolvidos como EUA e Inglaterra) e tem reflexo direto no aumento de internações e, portanto, no aumento do consumo de oxigênio", defende o ofício assinado pelo sub-procurador Leonardo Blasch.

Inquérito do STJ

O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou ontem a abertura de inquérito no STJ (Superior Tribunal de Justiça) para apurar eventual omissão do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e da prefeitura de Manaus, comandada pelo recém-empossado David Almeida (Avante), na crise que levou ao colapso do sistema de saúde, especialmente no que diz respeito ao fornecimento de oxigênio para pacientes com covid-19.

Aras afirmou que levou em consideração o entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) de que cabe à União, aos estados e aos municípios atuarem em conjunto no combate à pandemia. Apesar disso, o PGR não vai investigar o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ao ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, o PGR apenas pediu informações sobre o cumprimento das medidas que são de competência da pasta. Para investigar o governo federal, Aras precisaria abrir um inquérito no STF.