Topo

Esse conteúdo é antigo

Cidade relata mais mortes por falta de oxigênio e critica governo do estado

Abastecimento de oxigênio no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus (AM) - Sandro Pereira/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Abastecimento de oxigênio no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus (AM) Imagem: Sandro Pereira/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL

19/01/2021 14h53

A Prefeitura da Cidade de Coari, no Amazonas, criticou o Governo do Estado hoje. Ela acusou a Secretaria de Saúde de falhar na entrega de cilindros de oxigênio, o que teria causado 7 mortes na madrugada de hoje.

"A Prefeitura de Coari, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, vem a público manifestar o seu completo desagrado e repúdio com a forma irresponsável que a Secretaria do Estado de Saúde do Amazonas - SES-AM está lidando com a saúde do interior, prejudicando todo o planejamento realizado pelo Município de Coari para enfrentamento da pandemia da covid-19", criticou a prefeitura em nota oficial.

De acordo com a Secretaria municipal de Saúde, cerca de 200 cilindros de oxigênio deveriam ser entregues para Coari, mas foram retidos pelo governo estadual. "Uma parte foi distribuída para as Unidades Básicas de Saúde da capital", acusou a prefeitura de Coari.

A Secretaria municipal divulgou que, destes cilindros, 40 deveriam chegar em Coari ontem, às 18h. Mas os aviões foram primeiro para Tefé e só puderam ser entregues em Coari na manhã seguinte, pois o aeroporto local não opera à noite.

Esse atraso teria causado a morte dos pacientes, pois o Hospital Regional de Coari só tinha capacidade para mais 6 horas de oxigênio. "A Prefeitura se solidariza com as famílias enlutadas e informa que irá prestar todo o apoio necessário aqueles que perderam seus entes queridos nesta madrugada", concluiu a nota.

Procurada pela UOL, a Secretaria Estadual de Saúde lamentou o ocorrido e se defendeu dizendo que um atraso da White Martins prejudicou a entrega dos cilindros a Coari.

"Nesta segunda-feira (18/01), por um atraso por parte da empresa White Martins em liberar os cilindros que seriam enviados de Manaus para Coari, não foi possível levar o oxigênio em voo direto, considerando que o aeroporto da cidade não opera à noite", afirmou a Secretaria em nota.

Segundo o órgão, o envio dos cilindros a Tefé foi uma articulação para garantir o transporte da carga até o seu destino. "A transferência dos cilindros de lancha para Coari foi alinhada com a cooperação da prefeitura de Tefé e, de acordo com a Secretaria Executiva Adjunta do Interior, houve um novo atraso na saída da lancha para Coari, o que contribuiu também para que a chegada do material não ocorresse no tempo necessário".

A Secretaria Estadual de Saúde ainda ressaltou que, por opção do município, o sistema de saúde de Coari é independente com gestão plena da prefeitura. "Ainda assim, o governo do estado nunca se furtou de auxiliar a administração local, entre outras coisas, com o fornecimento de oxigênio".

Em 2020, a cidade de Coari recebeu R$ 17,8 milhões entre repasses federais e estaduais para investimento em saúde, informou a Secretaria. "O estado do Amazonas segue empregando todos os esforços para equacionar a dificuldade de logística e de abastecimento de oxigênio da empresa White Martins".