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Amazonas investiga desvios de doses e tenta organizar vacinação

Primeira vacinada no Amazonas foi uma técnica de enfermagem de etnia indígena - Reprodução
Primeira vacinada no Amazonas foi uma técnica de enfermagem de etnia indígena Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL

20/01/2021 10h51

Diversas autoridades do Amazonas se reuniram ontem para tentar organizar a vacinação no estado, principalmente porque surgiram denúncias de desvios de doses. Os imunizantes teriam sido aplicados em pessoas que não pertencem aos grupos prioritários. Agora os Ministérios Públicos determinaram que as vacinas devem ser aplicadas naqueles que estão em situação de maior vulnerabilidade à doença, como os profissionais de saúde idosos que apresentam comorbidades.

"O Ministério Público já está investigando essa situação de vacinação em grupos que não são prioritários, mesmo se tratando de profissionais de saúde. Ontem à noite os órgãos de controle se reuniram com a Prefeitura, e aí já entrando pela madrugada, foi expedida a recomendação para que a Semsa observe, em razão da escassez da vacina as pessoas que serão vacinadas. Nós não podemos deixar que grupos prioritários e pessoas com comorbidades que estão à frente de todo esse trabalho com Covid sejam substituídos por outros grupos que tem condições de enfrentar esse trabalho contra a Covid com menos riscos", informou a Procuradora de Justiça Silvana Nobre Cabral, coordenadora do Grupo de Covid-19 montado pelo MPAM.

Os Ministérios Públicos do Estado, em conjunto com as Defensorias Públicas da União e do Estado, expediram recomendações às Secretarias de Saúde do Estado e do Município de Manaus.

Esses órgãos de controle consideram que a insuficiência das doses disponibilizadas obriga que seja feita a seleção de trabalhadores de saúde (redes pública e privada), que receberão as primeiras doses, em forma de listas nominais, previamente elaboradas pelos gestores das unidades, contendo as informações sobre os critérios de prioridade e risco, obedecendo os princípios de impessoalidade e eficiência

O não atendimento à recomendação deixará os gestores sob possível pena de improbidade administrativa, em caso de omissão injustificada de providências.