Voluntários que receberam placebo são chamados para tomar CoronaVac em SP
Os primeiros voluntários que participaram dos testes para o desenvolvimento da CoronaVac em São Paulo e receberam placebo durante a pesquisa começam a ser chamados para serem vacinados com o imunizante criado pelo laboratório chinês Sinovac e testado e envazado no Brasil pelo Instituto Butantan.
O UOL teve acesso à mensagem enviada pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas aos voluntários que participaram da pesquisa na instituição, ligada ao Hospital das Clínicas. Procurado, o instituto confirmou a informação.
Ao todo, 13 mil pessoas se voluntariaram para os testes com a vacina em sete estados. A maior parte é formada por profissionais da saúde que trabalham no atendimento de pacientes com covid-19. Esse grupo, porém, passou a incluir outros perfis a partir de outubro, quando voluntários com mais de 60 foram admitidos.
No Emílio Ribas, 1.400 voluntários participaram dos testes. Metade deles recebeu placebo —composto sem eficácia clínica— em vez da vacina. É o chamado teste cego, necessário para que os cientistas comparem os resultados.
A mensagem, enviada ontem (20) pelo Emílio Ribas por meio do WhatsApp, começa anunciando "boas notícias".
"As duas doses do imunizante de TODOS os voluntários do grupo placebo já se encontram disponíveis no Centro de Estudos!"
Segundo a mensagem, "a abertura do cegamento" ocorrerá "a partir do dia 21/01/21", e que, a partir de agora, "iniciamos os procedimentos e agendamentos".
Temos aproximadamente 1.400 voluntários que serão convocados individualmente para a quebra do sigilo de forma presencial
Instituto Emílio Ribas, por mensagem
"Seguiremos as recomendações de prioridade de vacinação segundo o Programa Nacional de Imunização, iniciando com a população acima de 60 anos", conclui a mensagem.
Os ensaios clínicos ocorrem em 16 centros espalhados em sete estados brasileiros e no Distrito Federal.
"Recebi essa mensagem duas vezes no dia de ontem", afirmou ao UOL um médico que trabalha na linha de frente e se voluntariou.
De acordo com ele, "esses testes continuam mensalmente a partir de agora". "Eles coletam uma amostra de sangue provavelmente para verificar a permanência do antígeno", a molécula que deflagra a produção de anticorpos.
Procurado, o instituto confirmou a informação. O UOL aguarda resposta do governo do estado sobre "a abertura do cegamento" e o início da vacinação pelos demais institutos que conduziram a pesquisa.
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