SP: Sem medidas, haveria risco de colapso em 4 semanas, diz secretária
O governo paulista quis deixar claro hoje, durante entrevista coletiva sobre a pandemia, que o endurecimento das medidas restritivas no estado era necessário para evitar o colapso do sistema de saúde. No anúncio da nova atualização do Plano São Paulo, a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, disse que se não fosse tomada uma atitude para restringir atividades não essenciais poderia haver colapso em quatro semanas.
Temos o dever de adotar novas medidas. Sem medidas restritivas, com esse comportamento [da população] das últimas semanas, teríamos em 28 dias o esgotamento dos leitos de UTI de covid-19 no estado. É isso que estamos evitando aqui."
Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico
"Não podemos esperar para tomar novas medidas. O que acontece hoje reflete em duas ou três semanas, porque se o comportamento de hoje se mantém, teríamos risco de colapso em quatro semanas", reforçou a secretária da gestão do governador João Doria (PSDB), em coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
A alta dos números já havia sido prevista por especialistas no ano passado, por causa das aglomerações das festas de fim de ano. O governo paulista chegou a proibir festas de réveillon e restringiu a mobilidade nas últimas semanas de dezembro, mas não foi suficiente.
Hoje, Doria anunciou que, a partir de segunda-feira (25), seis regiões do estado estarão na fase vermelha em tempo integral, o que permite apenas o funcionamento de atividades essenciais.
A região da capital, que passará da fase amarela para a laranja, terá restrições como a proibição de atendimento presencial em bares e o funcionamento de restaurantes apenas até as 20h.
Além disso, a partir da semana que vem, valerão para todo o estado as regras da fase vermelha entre as 20h e 6h e aos fins de semana, até o dia 7 de fevereiro.
Uma morte a cada seis minutos
Com um acréscimo de quase mil pacientes internados por covid-19 nas últimas duas semanas, o estado vive uma situação de crescente constante dos números de ocupação de leitos. O risco de colapso também vem acompanhado por números impressionantes quanto a casos e mortes causadas pelo novo coronavírus.
João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência de São Paulo, que avalia a evolução da pandemia no estado, lembrou que a abertura de novos leitos é "insuficiente" neste momento, em que morre uma pessoa por covid-19 a cada seis minutos.
"Muita gente faz conta fúnebre de que abrindo leitos o problema está resolvido. Que devemos trabalhar olhando a oferta de leitos. Isso é insuficiente. Temos que dar ênfase também para a transmissibilidade da doença", disse Gabbardo.
A não oferta de leitos significa a morte das pessoas. Mas a presença do leito infelizmente não significa que não tenhamos muitos óbitos, mesmo com o melhor atendimento possível. A realidade mostra isso. São Paulo apresenta um óbito a cada seis minutos."
João Gabbardo, do Centro de Contingência do Coronavírus
Média de mortes aumenta 96%
No último balanço divulgado pelo governo paulista, a média diária de mortes teve aumento de 96% na comparação com o mesmo período do dezembro. No mesmo cálculo, os novos casos aumentaram 79% e as internações pela doença, 25%.
Apesar de os índices de ocupação de leitos serem ligeiramente maiores na Grande São Paulo do que no restante do estado, é possível observar em números o recrudescimento da covid-19 no interior e no litoral do estado, que já registram taxas de média diária de novas internações nos mesmos patamares de julho do ano passado, quando houve a primeira onda de interiorização da pandemia.
Atualmente, a ocupação dos leitos de UTI para a covid-19 no estado está em 71,1%, enquanto a Grande São Paulo registra 71,6%. Várias unidades de saúde na capital já chegaram ao máximo da ocupação e precisaram ter pacientes transferidos, segundo o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.
O estado tem 6.044 pacientes internados em UTIs, e mais 7.659 em enfermaria contaminados pelo novo coronavírus. Na semana em que ultrapassou os 50 mil mortos pela doença, São Paulo já tem agora 51.192 pessoas que perderam a vida por consequência da covid-19.
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