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SP confirma os três primeiros casos da variante do coronavírus do Amazonas

São Paulo identifica três primeiros casos da variante do coronavírus encontrada no Amazonas - iStock
São Paulo identifica três primeiros casos da variante do coronavírus encontrada no Amazonas Imagem: iStock

Douglas Porto

Do UOL, em São Paulo

26/01/2021 19h35

A Secretaria da Saúde de São Paulo confirmou hoje os três primeiros casos da covid-19 causados pela variante brasileira do novo coronavírus, identificada pela primeira vez no Amazonas.

O diagnóstico vem após sequenciamento de três resultados positivos de exames feitos no Instituto Adolfo Lutz, de pacientes que passaram por atendimento na rede pública de São Paulo com histórico de viagem ou residência em Manaus.

Os vírus são da linhagem "P.1"e possuem mutações no gene que faz a codificação na proteína "spike" — ou a ponta da coroa. Segundo a secretaria, as sequências correspondem a 99,9% do genoma. As amostras estão depositadas no banco de dados da Iniciativa Global de Compartilhamento de Todos os Dados sobre Influenza.

Essa mutação pode ter maior potencial transmissível, segundo estudos preliminares do Centro Brasil-Reino Unido de Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (grupo Cadde), que conta com pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).

Foram observadas 31 amostras entre 15 e 23 de dezembro de infectados na capital amazonense. Desses, 13 — ou 42% — correspondiam à nova variante.

"A nova linhagem contém uma composição única de mutações definidoras de linhagem, principalmente três mutações de importância biológica conhecida, como E484K, K417N/T e N501Y", afirmou Lucas Augusto Moyses Franco, pós-doutorando da Faculdade de Medicina da USP e colaborador do grupo Cadde em entrevista à Agência Estado.

"Estas mutações ocorrem na proteína spike, responsável pela entrada do vírus nas células humanas e poderiam causar um aumento de transmissão", conclui Franco.

A modificação também é encontrada nas variantes do Reino Unido e África do Sul. Uma das mutações citadas por Franco, a E484K, gera preocupação por já ter sido associada em outros estudos a um potencial de escapar de anticorpos. Novas pesquisas estão sendo feitas para determinar se a variante brasileira e as demais são mais contagiosas, letais ou se afetariam o desempenho dos imunizantes.