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PRF monitora redes para 'reduzir dano de imagem' do Amazonas, diz jornal

Os cemitérios no Amazonas passaram a abrir as covas com ajuda de escavadeiras para dar conta do alto fluxo de enterros por covid-19 - Sandro Pereira/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Os cemitérios no Amazonas passaram a abrir as covas com ajuda de escavadeiras para dar conta do alto fluxo de enterros por covid-19 Imagem: Sandro Pereira/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

29/01/2021 16h23Atualizada em 29/01/2021 16h36

O Amazonas atravessa uma crise de desabastecimento de insumos, gerada pela alta de casos da covid-19. A pedido do MJSP (Ministério da Justiça e da Segurança Pública), a PRF (Polícia Rodoviária Federal) vai passar a monitorar as redes sociais com o objetivo de identificar publicações "adversas" sobre a crise que aflige Manaus.

O documento da Presidência da República foi obtido pelo jornal O Globo e nele o MJSP cita como uma das tarefas da PRF realizar a fiscalização virtual "para reduzir danos de imagem e antecipar ações de contrainformação".

O Ministério descreve que a tarefa da PRF deveria ser executada por meio de "emprego de recursos humanos e materiais". De acordo com O Globo, o status de realização do trabalho consta como "realizado e em prontidão".

Os dados constam no relatório finalizado na última segunda-feira (25), que atualiza informações da ação 756 no STF (Supremo Tribunal Federal), que determina ao governo a atualização do plano a cada 48 horas.

O monitoramento de redes sociais pelo governo federal é uma prática que contém histórico. Em 2020, o MPF (Ministério Público Federal) abriu um inquérito para investigar a produção de dossiês pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, baseado em dados de opositores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Na altura, o órgão enviou ao STF um posicionamento, argumentando que a "área de inteligência atua subordinada à mais estrita legalidade". No entanto, o STF determinou a suspensão do conteúdo.

'Isso vai se alastrar pelo país'

O secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, disse na última quarta-feira (27) que a crise de desabastecimento enfrentada em Manaus vai se expandir para outras regiões do Brasil. A declaração foi apresentada durante uma coletiva de imprensa, em Manaus, ao lado do governador Wilson Lima (PSC).

"Vai ter que ter uma força nacional, uma estratégia nacional, porque eu alerto, e alertei hoje na reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o Conas: aqui é só o começo. Isso vai se alastrar para o Brasil, e a crise de oxigênio tem que ser uma estratégia nacional."

O Governo do Amazonas continua transferindo pacientes da covid-19 para outros estados. Na noite de ontem, mais 16 pessoas seguiram para Goiânia, em Goiás. O grupo vai permanecer fora do estado de origem até a recuperação plena. Até o momento, 335 pacientes foram transferidos para unidades de saúde fora do estado.