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Após pedido do MPF, Belém inclui indígenas Warao em vacinação prioritária

Índios venezuelanos da etnia Warao são cada vez mais presentes no norte do Brasil em cidades como Belém, Manaus e Roraima - Reprodução/AFP
Índios venezuelanos da etnia Warao são cada vez mais presentes no norte do Brasil em cidades como Belém, Manaus e Roraima Imagem: Reprodução/AFP

Do UOL, em São Paulo

03/02/2021 14h49

Após uma recomendação do MPF (Ministério Público Federal) a Prefeitura de Belém alterou o cronograma e começou hoje a vacinar os indígenas venezuelanos da etnia Warao no grupo de vacinação prioritária contra a covid-19.

O pedido de inclusão foi enviado à Prefeitura de Belém e ao governo do Pará na sexta-feira (29), alertando para a situação crítica desses indígenas que, inicialmente, não estavam no grupo prioritário.

Além da capital, outras cidades do estado que abrigam os indígenas devem incluí-los na vacinação prioritário, mas as datas ainda não foram informadas.

Na recomendação, o procurador da República Felipe de Moura Palha afirma que "além de o plano estadual de vacinação prever a prioridade a indígenas e outros grupos vulneráveis, profissionais de saúde apontam que os riscos da covid-19 à vida dos Warao é intensificado pelas condições críticas da situação de refugiados, que aumentam a contaminação e os impactos da doença".

Uma nota técnica elaborada pela Rede de Consultórios na Rua, serviço vinculado à SMS (Secretaria Municipal de Saúde) de Belém, os padrões clínicos dos Warao são semelhantes aos de populações em situação de rua e carcerária, com quadros de desnutrição, alta incidência de tuberculose, e alta exposição à covid-19, com capacidade limitada de proteção contra a propagação da doença, mesmo em abrigos institucionalizados.

Além disso, eles vivem em situação de maior vulnerabilidade em relação à transmissão do vírus, porque na maior parte do tempo vivem em grupos e compartilhando os mesmos utensílios.

De acordo com a agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para refugiados, o Pará atualmente acolhe cerca de 900 indígenas venezuelanos que buscam a condição de refugiados no Brasil.