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Mônica Calazans recebe 2ª dose da CoronaVac; padre Júlio é vacinado

Allan Brito, Fabio de Mello Castanho e Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

12/02/2021 13h04Atualizada em 12/02/2021 16h20

Primeira pessoa a ser vacinada contra a covid-19 no Brasil, a enfermeira Mônica Calazans foi imunizada com a segunda dose da CoronaVac no início da tarde de hoje (12) durante coletiva no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.

Além de Mônica, o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, também esteve no evento. Ele foi vacinado na manhã de hoje e mostrou o certificado durante a cerimônia desta tarde, promovida pelo governador do estado, João Doria (PSDB).

Lancellotti tem 72 anos e trabalha diretamente na assistência a pessoas em vulnerabilidade. Hoje, a Prefeitura de São Paulo iniciou a vacinação de moradores em situação de rua com mais de 60 anos.

"Sobre o padre Júlio Lancellotti, é uma atitude de respeito e homenagem, assim como a todos que ao lado do padre, ajudam a proteger aqueles que estão em situação de rua e os grupos mais fragilizados", disse Doria, explicando a opção por vacinar o padre, apesar de a faixa etária dele ainda não estar recebendo o imunizante.

Padre Júlio acompanhou a vacinação de moradores de rua hoje e comemorou a inclusão do grupo na campanha na capital. A estimativa da Prefeitura é imunizar 2,2 mil pessoas com mais de 60 anos nesta situação de vulnerabilidade.

Hoje, para nós, foi momento muito bonito, tocante e forte em termos de humanização. O que é interessante é que, além dos que estão vindo, está tendo busca ativa daqueles que estão na rua. Em uma cidade tão cheia de contrastes, vacinar moradores de rua é sinal de humanização.
Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo

Júlio Lancellotti e vacina - Alice Vergueiro/Estadão Conteúdo - Alice Vergueiro/Estadão Conteúdo
Padre Júlio Lancelotti acompanha vacinação de moradores de rua
Imagem: Alice Vergueiro/Estadão Conteúdo

Mônica Calazans diz que cuidados permanecem

Menos de 30 dias depois de ser a escolhida para a aplicação da primeira vacina no país, no dia 17 de janeiro, Mônica recebeu a segunda dose mantendo o discurso da importância do distanciamento social e de cuidados sanitários.

"Para mim é um prazer estar aqui mais uma vez, sabendo que tenho representatividade muito grande. Quero deixar claro minha emoção em poder estar sendo imunizada pela segunda vez. Mas isso não me dá direito de sair sem máscara, sem álcool em gel. Tem que evitar aglomerações, ter isolamento social. Vou continuar junto com todos brasileiros usando máscara até que todos nós estejamos imunizados", disse.

Mônica ainda disse que representa a classe de enfermeiras e a realidade enfrentada pelo Brasil na pandemia.

Estou aqui por uma classe. Sou enfermeira. Tenho muito orgulho da minha profissão. Quero deixar claro que não sou atriz. Me falaram que estava atuando. Em um momento com tantas mortes, não tem atuação teatral. É uma realidade que todos estamos vivendo.
Mônica Calazans, enfermeira

Com 54 anos, Mônica é do grupo de risco do contágio do novo coronavírus: obesa, hipertensa e diabética. Mesmo assim, em maio do ano passado, quando a pandemia atingia um de seus picos, ela se inscreveu para vagas de CTD (Contrato por Tempo Determinado).

Dentre vários hospitais, escolheu trabalhar no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, mesmo ciente de que a unidade estaria no epicentro do combate à pandemia. Segundo ela, a vocação falou mais alto.

Mais vacinas

O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, aproveitou o evento para cobrar, novamente, mais vacinas para ampliar os grupos atendidos pela imunização. Por enquanto, o Brasil está aplicando apenas dois imunizantes: CoronaVac e Oxford/AstraZeneca.

No estado de São Paulo, estão recebendo as doses, por enquanto, apenas profissionais de saúde e idosos com mais de 85 anos.

"A vacinação depende de doses de vacina. Quanto mais doses, mais brasileiros serão imunizados. É o que desejamos. Enquanto tivermos doses limitadas, teremos que limitar velocidade com que esse processo vacinal acontece. Adoraríamos completar público de idosos, mas estamos tendo responsabilidade de garantir que quem tomou primeira dose tenha direito de receber segunda dose", disse.

Ranking de vacinação

No evento, o governo de São Paulo também divulgou um ranking das cidades paulistas com mais de 100 mil pessoas que mais vacinaram proporcionalmente à sua população.

  • São Caetano do Sul - 8,1%
  • Catanduva - 7,2%
  • Botucatu - 7%
  • Barretos - 6,3%
  • Santos - 5,8%
  • São José do Rio Preto - 5,7%
  • Jaú - 5%
  • Araçatuba - 5%
  • Araraquara - 4,9%
  • Marília - 4,8%
Em todo o estado, 1,3 milhão de pessoas foram vacinadas até o início da tarde de hoje. --apenas 2,8% da população.