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Covid-19: Infecção entre quem não respeita quarentena é quase o dobro em SP

Movimentação intensa no entorno da rua 25 de Março, no centro São Paulo - 12.dez.2020 - ROBERTO COSTA/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
Movimentação intensa no entorno da rua 25 de Março, no centro São Paulo Imagem: 12.dez.2020 - ROBERTO COSTA/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO

Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

12/02/2021 12h46

O risco de uma pessoa que não respeita a quarentena na cidade de São Paulo se contaminar com o novo coronavírus é quase o dobro do que de quem segue à risca as regras de distanciamento social. A informação é da prefeitura, que hoje revelou os resultados de seu mais recente inquérito sorológico, que indica "estabilidade da doença na cidade", segundo o prefeito Bruno Covas (PSDB).

O estudo —feito para descobrir se os moradores já tiveram contato com o vírus— indica também que as infecções agora atingem de forma um pouco mais equivalente pessoas de regiões, renda, escolaridade e cores diferentes.

De acordo com a pesquisa, a covid-19 atinge principalmente a população que admite ignorar o isolamento social: entre essas pessoas, a porcentagem é de 19,2% de contaminados, enquanto essa proporção cai para 11,4% entre os que garantem não sair de casa. Entre aqueles que saem a trabalho ou para atividades essenciais, a prevalência é de 13,6%.

  • 72% disseram sair de casa só para trabalhar ou fazer atividades essenciais
  • 15% afirmam não sair de casa
  • 13% admitem ignorar a quarentena

A prefeitura perguntou ainda sobre o tipo de contato social mantido.

  • 61,7% disseram ter contato com grupos restritos de amigos e colegas de trabalho
  • 29,9% afirmam só se encontrar com quem mora na mesma casa
  • 8,4% admitem não restringir seus contatos

Entre quem ignora a quarentena, 20% já se contaminaram com o novo coronavírus, contra 9,5% entre aqueles que não recebem visita mesmo de familiares ou amigos.

Ricos seguem mais protegidos

Pela primeira vez, a pesquisa informa que a diferença no percentual de pessoas já contaminadas já não é muito diferente entre pretos, pardos e brancos.

  • 14,5% dos pretos e pardos testados já tiveram contato com o vírus
  • 13,3% de brancos também já se contaminaram

Em janeiro, esse percentual era de 15,6% (pretos e pardos) e 12,8% (brancos).

A pesquisa também comparou a prevalência de covid-19 por IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). O percentual de infectados em regiões de IDH médio ficou em 16,4%, próximo da incidência nos bairros de IDH baixo (16,2%).

Em localidades nobres, de IDH alto, a possibilidade de contrair covid-19 é de 6,3%.

"A prevalência em faixa de IDH se mantem menor entre alto, e houve aproximação de IDH médio e baixo da cidade, o que comprova a divisão social na presença da doença", afirmou o secretário de Saúde Edson Aparecido.

Volta às aulas

A secretária adjunta da Educação, Minea Paschoaleto Fratelli, confirmou o retorno das aulas na rede municipal de ensino a partir da próxima segunda-feira (15). De acordo com ela, um grupo não revelado de escolas "em reforma ou em mudança de contrato para serviço de limpeza" só terão retorno presencial a partir do dia 22 de fevereiro.

"Mas as aulas começam para todos no dia 15", afirmou. "Quem volta no dia 22 permanecerá em atividades online até lá."

Covas reafirmou que apenas 35% dos estudantes poderão frequentar as aulas na capital, mesmo em escolas da rede privada.

"A cidade não faz distinção entre escola pública e privada. O vírus é o mesmo, não tem sentido fazer qualquer tipo de distinção para alunos", afirmou. "Somente quando a vigilância sanitária tiver tranquilidade com o retorno dos 35% é que vamos alterar essa proporção."