Hospitais sentirão impacto das festas de Carnaval, diz cientista da Fiocruz
O sistema de saúde pode sentir nas próximas semanas o impacto das aglomerações que ocorreram durante o período de Carnaval. A análise foi feita pela pesquisadora da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) no Rio, Marilda Siqueira, durante uma entrevista à GloboNews na manhã desta quarta-feira (17).
"Se temos uma variante que apresenta potencial de maior transmissibilidade e a população não está fazendo seu dever de casa, a transmissibilidade vai ocorrer, o que significa que daqui há duas ou três semanas, podemos ter impacto na nossa rede hospitalar", alertou.
A pesquisadora foi a responsável por preparar os laboratórios da Fiocruz para que eles virassem um dos grandes centros de inteligência das Américas no combate ao coronavírus.
Segundo a cientista, a cena que pode vir a colapsar alguns sistemas de saúde estaduais e municipais após o Carnaval foi alertada por vários especialistas em diferentes mídias, assim como o que houve com o Natal e o Ano Novo.
""Nós podemos ver esse cenário [de aumento de casos por causa do Carnaval], que é tudo o que a gente não queria que acontecesse. Uma [das causas] é o vírus, que se adaptou de tal maneira que consegue ser mais transmissível. Outra questão é o comportamento da população, e as regras dos governos para que o controle da doença seja melhor."
Marilda reforçou que o comportamento da população colabora com um cenário de disseminação do vírus e diz que esse contexto "deveria ser evitado a todo custo".
Transmissão da covid-19 em alta no Brasil
O Brasil superou a marca de 240 mil mortes provocadas pela covid-19, de acordo com o levantamento realizado pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte. Os dados se baseiam nas informações fornecidas pelas secretarias estaduais de saúde.
O total de óbitos fez do Brasil o segundo país com mais mortes pela doença no mundo, segundo a Universidade Johns Hopkins, referência mundial em estudos sobre a covid-19. O primeiro lugar em mortes por covid-19 é ocupado pelos Estados Unidos, com 486.412 óbitos.
Um estudo divulgado pelo Imperial College London aponta que o Brasil atravessa uma nova alta transmissão do vírus. Os dados mostram que esse é o primeiro pico desde a primeira quinzena de janeiro, quando os números começaram a avançar em decorrência das aglomerações ocorridas durante as festas de Natal e Ano Novo.
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