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Homem morre de dengue, e caso acende alerta na Baixada Santista

Mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus  - Peter Leone/Futura Press/Estadão Conteúdo
Mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus Imagem: Peter Leone/Futura Press/Estadão Conteúdo

Maurício Businari

Colaboração para o UOL, em Santos

26/02/2021 17h12Atualizada em 26/02/2021 20h02

A morte de um homem de 41 anos, morador de São Vicente, no litoral de São Paulo, por dengue ontem acendeu na Baixada Santista o alerta para o aumento de casos da doença e também de chikungunya na região. Somente em São Vicente, há 69 casos de dengue confirmados e 600 em suspeição. E o número de casos de chikungunya anotados em janeiro foi maior do que o registrado em todo o ano de 2020 (7 casos, ao todo), com 38 casos confirmados e 60 suspeitos. Um aumento de 442%.

A dengue é uma doença aguda de evolução rápida que gera febre e dores pelo corpo. Uma parcela pequena dos casos de dengue pode evoluir para a febre hemorrágica, muito mais letal.

A Secretaria de Saúde de São Vicente ainda informou que investiga se a morte de uma adolescente de 15 anos também está relacionada com a dengue.

Em Guarujá (SP), o número de casos registrados é ainda maior. Foram 158 casos confirmados de dengue nestes dois primeiros meses de 2021, contra 393 em todo o ano de 2020. E 49 de chikungunya, contra 39 registrados em 2020. No caso da chikungunya, o aumento foi de 25,64%.

Em Cubatão (SP), são 143 casos confirmados de dengue em janeiro e fevereiro de 2021 e 3 de chikungunya. Bertioga (SP), que havia registrado 45 casos de dengue em todo o ano de 2020, surge com 15 em 2021. Apesar de ser a maior das cidades da região, Santos (SP) confirmou 11 casos de dengue e 12 de chikungunya nos dois primeiros meses deste ano.

"Estamos vivendo uma explosão de casos. O paciente que veio a óbito morava na Vila Margarida, que já recebeu ações de reforço no combate ao mosquito Aedes aegypti", disse o chefe do Departamento de Controle de Doenças Vetoriais de São Vicente, Fábio Lopes. "A situação geral no município é de alta infestação. Vila Mello, Vila São Jorge, Cidade Náutica, Ponte Nova e Jóquei Clube são alguns dos bairros mais afetados. Porém, os casos estão se espalhando por toda a cidade, o que dificulta ainda mais o combate", disse.

A secretária de Saúde de São Vicente, Michelle Santos, informou que, no momento, a cidade conta com um número que varia entre 40 a 50 agentes destacados para a vistoria de imóveis, no trabalho de caça aos viveiros dos mosquitos transmissores da dengue, chikungunya e zika vírus. "Porém o número de negativas de visita e de imóveis vazios é muito grande, cerca de 5.000 por mês. E só podemos entrar nas residências com autorização dos moradores."

Questionada pela reportagem sobre uma possível redução no repasse de verbas estaduais e federais ao município, específicas para o combate a essas doenças, e de quanto seria esse montante, a secretária não precisou números, mas disse que o repasse do governo do estado é bem mais baixo que o repasse federal.

Em Praia Grande (SP), apesar de não haver nenhum caso confirmado ainda de chikungunya e zika, os números confirmados de dengue já são superiores ao de todo o ano passado. Em 2020, a cidade registrou 29 casos. Em janeiro e fevereiro deste ano, foram 38. Um aumento de 31%, somente nestes dois primeiros meses de 2021.

"Os números demonstram que Praia Grande está focada também na luta contra a dengue. Em 2021, até os primeiros dias de fevereiro, foram efetuados 9.216 bloqueios de controle de criadouros em 1.039 imóveis visitados. Outro destaque no período é que 131 pontos estratégicos, como ferros velhos e obras, foram vistoriados", informou a prefeitura, em nota.

Falta de conscientização é o maior entrave

Mongaguá (SP) também apresentou alta de casos confirmados de dengue, mas nenhum caso de zika ou chikungunya. Ao longo de 2020 foram registrados 44 casos. Em 2021, somente nos meses de janeiro e fevereiro, os casos já chegam a 38.

Por meio de nota, a prefeitura do município informou que realiza periodicamente o trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti, mas que o grande entrave continua sendo a resistência da população em conscientizar-se sobre os riscos de manter criadouros em casa, principalmente em épocas de chuvas constantes.

A falta de consciência da população em livrar-se de objetos e entulho em quintais e terrenos, focos de criadouros do mosquito Aedes aegypti também foi apontada pelas demais prefeituras como o principal entrave no combate à doença.

Itanhaém (SP) confirmou o registro de 19 casos de dengue nos dois primeiros meses de 2021, contra 15 registrados nos dois primeiros meses do ano passado. Um aumento de 26,66% na comparação. Foram registradas duas mortes por dengue hemorrágica em 2020, uma em março, outra em junho, mas nenhuma este ano. Por meio de nota, o município queixou-se da diminuição de repasses de verbas estaduais e federais para o combate à doença.

A Prefeitura de Peruíbe (SP) informou, por meio de nota, que o município registrou 130 casos positivos de dengue ao longo de 2020. E que, nos dois primeiros dois meses de 2021, foram registrados 24 casos. E nenhum de zika ou chikungunya.