SP corre risco de colapso na saúde se população não ajudar, diz secretário
O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou hoje que o estado corre risco de enfrentar um colapso no sistema de saúde devido ao aumento de internações por causa da covid-19.
Para evitar esse cenário, é preciso que a população faça sua parte e adote medidas de distanciamento social e uso de máscara em ambientes públicos, segundo o secretário.
"Estamos fazendo o melhor, mas tudo tem limite: recursos humanos, espaços em UTIs. Temos risco de colapsar. Precisamos do apoio da população. Mais do que nunca, a população tem de acolher nossos chamados", disse Gorinchteyn durante entrevista coletiva para anunciar que a Grande São Paulo, que inclui a capital, e outras cinco regiões regrediram de fase no Plano São Paulo.
O secretário alertou que hoje o estado tem 6.767 pessoas internadas em UTIs, 510 —ou 8%— a mais do que o registrado no pico da primeira onda no ano passado. Além disso, a ocupação desses leitos tem aumentado a uma taxa de 1,6% ao dia, o que pode levar a um esgotamento das vagas.
"Teríamos risco de esgotamento de leitos em 20 dias, se medidas não fossem implementadas. Na Grande São Paulo, teríamos esgotamento em 19 dias", declarou.
Hospitais de campanha
O secretário afirmou também que o estado estuda reabrir hospitais de campanha, mas a preferência é abrir leitos dentro de unidades hospitalares já existentes para dar celeridade à abertura e início da assistência.
Gorinchteyn citou como exemplo maternidades que deixam de atender pacientes da área obstétrica e poderiam usar sua estrutura e profissionais para acolher pacientes com covid-19.
"Não tiramos do radar possibilidade de [reabrir] hospitais de campanha, mas de forma célere, para garantir assistência rápida, como é na pandemia", declarou. "O que precisamos, frente à velocidade da pandemia, não teremos tempo para abrir licitação e postergaríamos inicio das obras."
Segundo o secretário, há uma oferta de 130 leitos de hospitais particulares na região central de São Paulo, que poderiam ser disponibilizados para o atendimento da covid-19 com móveis e profissionais.
"Todas as estratégias estão sendo avaliadas e, possivelmente, retomadas nos próximos dias a medida em que tivermos ocupação maior", afirmou.
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