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Governador do ES diz que Bolsonaro divulga 'fake news' e quer enfrentamento

Renato Casagrande (PSB) disse que "números estão sendo torturados" - Reprodução/Instagram
Renato Casagrande (PSB) disse que "números estão sendo torturados" Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL

01/03/2021 11h11

Os governadores do Brasil foram atacados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e resolveram responder. Depois de manifestações nas redes sociais e divulgação de uma nota oficial, assinada por 16 gestores estaduais, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, reforçou as críticas. Ele afirmou que o presidente divulgou "fake news" e sempre opta pelo enfrentamento, ao invés de se unir para solucionar a crise de saúde no país.

Bolsonaro divulgou no Twitter uma lista de repasses financeiros feitos pelo governo federal aos estados, que estão reclamando da falta de custeio de leitos de UTI. Casagrande explicou que o governo federal está "torturando os números", pois inclui repasses que são obrigatórios e não foram destinados só para o combate à pandemia.

"O que nós estamos fazendo é colocando a verdade como deve ser colocada. Fake news e informações trocadas precisam ser combatidas. O Governo federal está colocando repasses constitucionais, normais, ordinários, rotineiros, que na verdade não foi uma ajuda aos estados e municípios. Colocam auxílio emergencial, que foi dado diretamente às pessoas. Há uma informação para bombar e superestimar os números. Isso precisa ser corrigido", afirmou Casagrande em entrevista à CNN Brasil.

O Ministro das Comunicações, Fábio Faria, publicou hoje no Twitter que "os valores estão claramente discriminados nas publicações e são referentes a todos os repasses para os estados".

Casagrande reconheceu que esses repasses foram importantes, mas lamentou que o presidente não estabeleça um diálogo com os governadores.

"O que muito nos assusta é que o governo sempre opta pelo enfrentamento. Nunca optou por conjunção de interesses. A opção sempre é pelo enfrentamento. É um passo atrás nas relações federativas. Essa é a observação que a gente tem feito. O presidente poderia enfrentar por diálogo e por um debate que não fosse raivoso. Essa politização atrapalha o nosso trabalho. Por que não estamos juntos em uma hora dessa? O objetivo é salvar vidas, mas a gente tem que ficar justificando. Recebendo notícias que não são verdadeiras e tendo que corrigir", lamentou Casagrande.