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Socorrista pega covid após tomar 2ª dose da vacina; Butantan explica

Rogério Araújo de Oliveira é vacinado contra covid-19 em Itabuna (BA) - Arquivo pessoal
Rogério Araújo de Oliveira é vacinado contra covid-19 em Itabuna (BA) Imagem: Arquivo pessoal

Mattheus Miranda

Colaboração para o UOL, em Salvador

02/03/2021 19h14

O condutor socorrista Rogério Araújo de Oliveira, 48, teve exame positivo para covid-19 dias após tomar a segunda dose da vacina. Ele havia sido o primeiro a receber o imunizante em Itabuna (BA).

Rogério começou a sentir os sintomas cinco dias depois de tomar a segunda dose da CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e fabricada no Brasil pelo Instituto Butantan.

Procurado pelo UOL, o Butantan explicou que a vacinação diminui o risco, mas não imuniza totalmente a pessoa. Nenhuma vacina contra qualquer doença é 100% eficaz.

Ao UOL, Rogério disse que foi vacinado pela primeira vez em 19 de janeiro e recebeu a segunda dose em 17 de fevereiro. "No dia 22 de fevereiro apareceram alguns sintomas. No outro dia me dirigi a uma unidade de saúde e fui orientado a iniciar o isolamento. No dia 24 de fevereiro, realizei o exame PCR e ontem veio a informação que eu tinha testado positivo. Do dia que tomei a segunda dose para os sintomas, são cinco dias", explicou.

Os sintomas que eu tive no dia 22 foi tosse e calafrios. Quatro dias depois também perdi o olfato e o paladar. Hoje o único sintoma que tenho é o olfato e paladar, mas graças a Deus não tive falta de ar
Rogério Araújo de Oliveira

O Butantan explicou que é preciso algumas semanas após a aplicação da segunda dose para que seja obtida uma resposta imune maior. "Algumas pessoas podem ainda ter a doença ou a infecção mesmo tendo sido vacinadas, mas poderão ter uma forma menos grave da doença em função do imunizante", comentou o instituto, através de nota.

O órgão destacou que a CoronaVac obteve 50,38% de eficácia global no estudo clínico desenvolvido no Brasil, além de proteção de 78% em casos leves e 100% contra casos moderados e graves da covid-19. Todos os índices são superiores ao patamar de 50% exigido pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

A médica infectologista Anne Galastri, que é especialista em medicina de viagens e vacina, explica que, para a vacinação atingir a eficácia máxima, é preciso que a pessoa tome as duas doses e respeite a "janela imunológica", que é o período que o organismo leva para produzir anticorpos do imunizante.

"Depois que a gente toma a primeira dose da vacina a gente ainda não é considerado imunizado. Exceto a vacina da Janssen que ainda não foi autorizada, todas as outras são aplicadas em duas doses. Desta forma, você só é considerado imunizado depois que toma as duas doses do imunizante no tempo correto entre elas e, só após 14 a 28 dias que tomou essa segunda dose, seu organismo começa a produzir anticorpos", explicou.

Anne lembrou que as vacinas previnem uma agravamento da doença. "As vacinas que a gente tem hoje disponíveis no mundo não previnem 100% os casos leves da doença. O que os estudos disseram desde o lançamento dos imunizantes é que, uma vez que a pessoa tivesse o ciclo vacinal completo para o vírus que estava disponível no início da pandemia, ela não evoluiria para um quadro grave", destacou.

Os laboratórios ainda pesquisam também se as vacinas aprovadas até o momento têm eficácia contra as dezenas de variantes do coronavírus que têm surgido e provocado novos casos.