Secretário de Saúde sobre lote antecipado da Pfizer: "Só acredito vendo"
Colaboração para o UOL, em Florianópolis
08/03/2021 13h31
O anúncio do governo federal sobre a antecipação de cinco milhões doses da vacina da Pfizer contra a covid-19 para o primeiro semestre de 2021 não animou o secretário municipal de Saúde de São Bernardo do Campo, Geraldo Reple. Ele comentou que vai esperar a chegada do imunizante no Brasil para comemorar.
Segundo o anúncio realizado hoje pelo governo federal, a Pfizer se comprometeu em entregar cinco milhões a mais de doses do imunizante entre maio e junho, aumentando a quantidade de 9 milhões para 14 milhões ainda no primeiro semestre de 2021.
Apesar da antecipação, o secretário municipal calcula que até a Pfizer entregar as primeiras doses, o Brasil contará com mais "50 mil mortes" em decorrência do novo coronavírus.
"Estou que nem São Tomé. Só acredito vendo. Essa [promessa] da vacina foi e voltou. A única vacina que temos certeza de que possuímos é a do Butantan. Já tínhamos o compromisso da Astrazaneca de não sei quantos milhões e não vieram. Estão falando agora dessa da Pfizer para maio. Mas como estamos tendo mil mortes por dia, se a gente calcular, se formos otimistas, teremos mais de 50 mil mortes. Não acho justo", declarou hoje, em entrevista à CNN Brasil.
Repler destacou que municípios se mobilizam para comprar os imunizantes das fabricantes. Ele prevê a barreira da oferta e demanda como o principal problema para a proposta em conjunto dos municípios dar certo.
"Quanto mais cidades aderirem ao consórcio, melhor, mas o ideal é que o governo federal compre essas vacinas e distribua para as cidades do país. Isso é o justo e certo. O consórcio está tentando, mas não tem vacina. O ideal é que o governo federal assuma o seu papel", opinou.
São Bernardo do Campo está com 53.668 casos confirmados, sendo 50.702 recuperados. A cidade registrou 1.555 óbitos por covid-19 desde o início da pandemia.