CGE, PF e MP investigam secretário de MG que teria furado fila da vacinação
A CGE (Controladoria-Geral do estado de Minas Gerais) abriu ontem uma apuração para investigar possíveis irregularidades na vacinação do secretário estadual de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, e demais servidores da pasta que não estão no grupo prioritário. O MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais) e a PF (Polícia Federal) também investigam o caso.
O secretário confirmou ter recebido a dose, mas afirmou que não houve irregularidades pois alega que ele e sua equipe fazem parte da força-tarefa, que acompanha as ações de combate ao coronavírus no estado, o que caracterizaria uma situação de risco pela participação em reunião e visitas a locais com casos de covid-19.
"Nós temos assessores que vão à força-tarefa, assessor de comunicação que vai na força-tarefa, nós temos fotógrafo que vai na força-tarefa, esses recebem a vacinação também porque eles vão na linha de frente", afirmou Amaral em entrevista à emissora Record TV Minas, responsável pela denúncia da vacinação dos servidores.
O secretário explicou que há servidores da pasta que não estão nos grupos prioritários e, por isso, serão vacinados posteriormente. "De forma nenhuma vacinamos a secretaria estadual de saúde... Nós temos inúmeros servidores que ficarão para depois uma vez que não estão nos grupos prioritários", explicou.
Amaral alegou também que ele e os demais servidores receberam a vacina após a distribuição de doses suficientes para imunizar 82% dos trabalhadores da área da saúde em Minas Gerais. Dos cerca de 6 mil funcionários da SES (Secretaria Estadual de Saúde), 500 foram imunizados até o momento, entre concursados e outros cargos de confiança.
Em Minas Gerais, a ordem dos grupos prioritários é a seguinte
- Profissionais de saúde
- Idosos com mais de 80 anos
- Idosos com mais de 60 anos que vivem em lares de longa permanência
- Indígenas que vivem em reservas legais
- Pessoas com deficiência e que vivem em lares de longa permanência
Caso a CGE encontre irregularidades, um processo administrativo disciplinar será aberto para punição dos envolvidos. Além da controladoria, o Ministério Público de Minas Gerais e a Polícia Federal também deram início a uma investigação para apurar se houve alguma irregularidade no processo de vacinação dos servidores.
Secretaria alega que vacinados estão em grupos prioritários
Em nota, a SES informou que os servidores vacinados se enquadram nos grupos prioritários, pois são profissionais da área da Saúde e que têm contato com o publico.
"A decisão foi tomada por deliberação entre os gestores municipais e estaduais por meio da Comissão Intergestores Bipartite do SUS MG - CIB, de 9 de fevereiro de 2021 que esclareceu que fazem parte dos grupos iniciais prioritários da vacinação os trabalhadores das Secretarias Municipais de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e órgãos estaduais de saúde que, em razão de suas atividades, tenham contato com o público", disse.
Em relação à investigação do MP, a secretaria afirmou que aguarda notificação para responder.
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