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CGE, PF e MP investigam secretário de MG que teria furado fila da vacinação

Carlos Eduardo Amaral, secretário de Saúde de Minas Gerais, é investigado após denúncia que furou fila da vacinação - Pedro Gontijo/Divulgação/Imprensa MG
Carlos Eduardo Amaral, secretário de Saúde de Minas Gerais, é investigado após denúncia que furou fila da vacinação Imagem: Pedro Gontijo/Divulgação/Imprensa MG

Daniela Mallmann

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

09/03/2021 17h14

A CGE (Controladoria-Geral do estado de Minas Gerais) abriu ontem uma apuração para investigar possíveis irregularidades na vacinação do secretário estadual de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, e demais servidores da pasta que não estão no grupo prioritário. O MP-MG (Ministério Público de Minas Gerais) e a PF (Polícia Federal) também investigam o caso.

O secretário confirmou ter recebido a dose, mas afirmou que não houve irregularidades pois alega que ele e sua equipe fazem parte da força-tarefa, que acompanha as ações de combate ao coronavírus no estado, o que caracterizaria uma situação de risco pela participação em reunião e visitas a locais com casos de covid-19.

"Nós temos assessores que vão à força-tarefa, assessor de comunicação que vai na força-tarefa, nós temos fotógrafo que vai na força-tarefa, esses recebem a vacinação também porque eles vão na linha de frente", afirmou Amaral em entrevista à emissora Record TV Minas, responsável pela denúncia da vacinação dos servidores.

O secretário explicou que há servidores da pasta que não estão nos grupos prioritários e, por isso, serão vacinados posteriormente. "De forma nenhuma vacinamos a secretaria estadual de saúde... Nós temos inúmeros servidores que ficarão para depois uma vez que não estão nos grupos prioritários", explicou.

Amaral alegou também que ele e os demais servidores receberam a vacina após a distribuição de doses suficientes para imunizar 82% dos trabalhadores da área da saúde em Minas Gerais. Dos cerca de 6 mil funcionários da SES (Secretaria Estadual de Saúde), 500 foram imunizados até o momento, entre concursados e outros cargos de confiança.

Em Minas Gerais, a ordem dos grupos prioritários é a seguinte

  • Profissionais de saúde
  • Idosos com mais de 80 anos
  • Idosos com mais de 60 anos que vivem em lares de longa permanência
  • Indígenas que vivem em reservas legais
  • Pessoas com deficiência e que vivem em lares de longa permanência

Caso a CGE encontre irregularidades, um processo administrativo disciplinar será aberto para punição dos envolvidos. Além da controladoria, o Ministério Público de Minas Gerais e a Polícia Federal também deram início a uma investigação para apurar se houve alguma irregularidade no processo de vacinação dos servidores.

Secretaria alega que vacinados estão em grupos prioritários

Em nota, a SES informou que os servidores vacinados se enquadram nos grupos prioritários, pois são profissionais da área da Saúde e que têm contato com o publico.

"A decisão foi tomada por deliberação entre os gestores municipais e estaduais por meio da Comissão Intergestores Bipartite do SUS MG - CIB, de 9 de fevereiro de 2021 que esclareceu que fazem parte dos grupos iniciais prioritários da vacinação os trabalhadores das Secretarias Municipais de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e órgãos estaduais de saúde que, em razão de suas atividades, tenham contato com o público", disse.

Em relação à investigação do MP, a secretaria afirmou que aguarda notificação para responder.