Bolsonaro fala em continuidade com Queiroga e elogia Pazuello
O presidente Jair Bolsonaro comentou hoje a escolha do cardiologista Marcelo Queiroga para substituir o general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde. Segundo ele, Queiroga "tem tudo para fazer um bom trabalho". Bolsonaro afirmou que ele dará continuidade ao trabalho de Pazuello, e elogiou o general.
"Tem tudo, ao meu entender, para fazer um bom trabalho, dando prosseguimento a tudo que o Pazuello fez até hoje no tocante das vacinas", disse Bolsonaro em conversa com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada no início da noite de hoje.
"Paralelamente a tudo isso, o Queiroga, também gestor, mas muito mais entendido na questão de saúde, vai fazer outros programas que interessem cada vez mais pra diminuir o número de pessoas que vem a entrar em óbito por ocasião dessa doença que se abateu no mundo todo", explicou o presidente sobre a escolha.
Ainda em conversa com apoiadores, Bolsonaro elogiou o trabalho de Eduardo Pazuello no comando do ministério. "O trabalho do Pazuello foi muito bem feito, a parte de gestão foi muito bem feita com ele e agora vamos partir para uma parte mais agressiva no tocante de combate ao vírus", afirmou.
O presidente disse que a conversa que teve com o futuro ministro foi "excelente". "Já o conhecia há alguns anos, então não é uma pessoa que tomei conhecimento há poucos dias", completou.
Ele confirmou que a nomeação de Marcelo Queiroga para o comando da pasta será publicada no Diário Oficial da União amanhã. Ainda segundo Bolsonaro, será realizada uma transição na Saúde que vai demorar de uma a duas semanas.
- Nesta segunda-feira convidei o atual presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Marcelo Queiroga, para assumir o cargo de Ministro da Saúde.
Publicado por Jair Messias Bolsonaro em Segunda-feira, 15 de março de 2021
A saída de Pazuello chegou a ser confirmada ontem (15) e posteriormente negada pelo atual ministro. Ele, porém, admitiu na tarde de hoje que o presidente pretendia reformular a pasta.
"Um dia sim [deixar o cargo], pode ser curto, médio ou a longo prazo. O presidente está na tratativa de reorganizar o ministério. Enquanto isso não for definido, vida segue normal", disse Pazuello em entrevista coletiva. "Eu não vou pedir pra ir embora, não é da minha característica".
Bolsonaro se reuniu ontem e hoje com a médica cardiologista Ludhmila Hajjar, que foi cotada para assumir o cargo. Apesar de auxiliares do governo terem tentado criar a narrativa de que "não houve um convite formal", Hajjar garantiu que foi convidada, explicou que recusou o convite por divergências técnicas com o governo e revelou ameaças.
Quem é Marcelo Queiroga
Marcelo Queiroga é o atual presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia e tem bom trânsito em Brasília e no governo, tendo sido convidado este ano para integrar a direção da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Ele é graduado em Medicina pela UFPB (Universidade Federal da Paraíba). É especialista em cardiologia e doutorando em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, em Portugal. Atualmente, dirige o departamento de hemodinâmica e cardiologia intervencionista (Cardiocenter) do Hospital Alberto Urquiza Wanderley (Unimed João Pessoa) e é médico cardiologista intervencionista no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, também na Paraíba.
Assim como Ludhmila Hajjar, recebida ontem pelo presidente, Queiroga defende o isolamento social como forma de combate à pandemia. Ele também já se posicionou contrário ao "tratamento precoce" defendido por Bolsonaro à base de cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz contra a covid-19.
De perfil técnico, Queiroga atuou na equipe de transição do governo de Michel Temer (MDB) para Bolsonaro no fim de 2018. Em setembro do ano passado, encontrou-se com o presidente no Planalto e chegou a publicar uma foto com ele.
*Com Estadão Conteúdo
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