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Brasil registra média recorde de mortes por covid-19 pelo 17º dia seguido

Brasil ultrapassou a marca de 11,5 milhões de casos confirmados de covid-19, segundo ministério da Saúde - Karen Fontes/Código 19/Estadão Conteúdo
Brasil ultrapassou a marca de 11,5 milhões de casos confirmados de covid-19, segundo ministério da Saúde Imagem: Karen Fontes/Código 19/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/03/2021 18h38Atualizada em 15/03/2021 20h39

Pelo 17º dia consecutivo, o Brasil registrou a maior média diária de mortes por covid-19 em toda a pandemia. Nesta segunda-feira (15), o país atingiu uma média de 1.855 óbitos causados pela doença diariamente nos últimos sete dias. O levantamento é do consórcio de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.

De ontem para hoje, foram notificadas 1.275 novas mortes por covid-19 em todo o país, elevando o total de vítimas para 279.602 desde o começo da pandemia. Este é o 14º dia seguido no qual o Brasil apresenta um registro de mais de mil óbitos pela doença em um intervalo de um dia.

Nas últimas 24 horas, houve a confirmação de mais 42.446 casos para o novo coronavírus no Brasil. No total, o país chegou a 11.525.477 infectados desde o começo da pandemia.

Isso não significa quando as mortes ocorreram, mas sim quando passaram a constar no sistema das secretarias.

Já são 54 dias consecutivos com média acima de mil mortes por covid-19, a sequência mais longa em toda a pandemia. A última semana foi a mais letal de todas: entre 7 e 13 de março, foram reportados 12.770 óbitos — neste período, também foi verificado o recorde de mortes entre um dia e outro: 2.349, em 10 de março.

Apenas o Norte apresenta estabilidade na média de mortes (12%). As outras regiões estão todas em aceleração: Nordeste (43%), Centro-Oeste (105%), Sudeste (27%) e Sul (85%).

Vinte e quatro unidades da federação, incluindo o Distrito Federal, apresentam alta no índice. Dois estados estão em queda e apenas um está estável.

O Brasil em números

Na primeira onda:

  • Maior número de mortes em 24 h: 1.554 (19/7)
  • Maior média móvel de óbitos: 1.097 (25/7)
  • Maior período com média acima de mil: 31 dias
  • Maior número de óbitos em uma semana: 7.679 (de 19/7 a 25/7)

Na segunda onda:

  • Maior número de mortes em 24 h: 2.349 (10/3)
  • Maior média móvel de óbitos: 1.855 (15/3)
  • Maior período com média acima de mil: 54 dias
  • Maior número de óbitos em uma semana: 12.770 (de 7/3 a 13/3)

As 20 maiores médias móveis de mortes por covid-19 no Brasil ocorreram nos últimos 20 dias. As dez mais altas são as seguintes:

  • 15 de março - 1.855
  • 14 de março - 1.832
  • 13 de março - 1.824
  • 12 de março - 1.761
  • 11 de março - 1.705
  • 10 de março - 1.645
  • 9 de março - 1.572
  • 8 de março - 1.540
  • 7 de março - 1.497
  • 6 de março - 1.455

Os cinco dias com maior número de mortes em toda a pandemia ocorreram nos últimos sete dias (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):

  • 10 de março - 2.349
  • 11 de março - 2.207
  • 12 de março - 2.152
  • 9 de março - 1.954
  • 13 de março - 1.940

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: aceleração (25%)

  • Minas Gerais: aceleração (31%)

  • Rio de Janeiro: queda (-22%)

  • São Paulo: aceleração (45%)

Região Norte

  • Acre: aceleração (34%)

  • Amazonas: queda (-35%)

  • Amapá: aceleração (65%)

  • Pará: aceleração (29%)

  • Rondônia: aceleração (56%)

  • Roraima: aceleração (30%)

  • Tocantins: aceleração (114%)

Região Nordeste

  • Alagoas: acelerado (53%)

  • Bahia: estável (0%)

  • Ceará: aceleração (100%)

  • Maranhão: aceleração (47%)

  • Paraíba: aceleração (82%)

  • Pernambuco: aceleração (42%)

  • Piauí: aceleração (49%)

  • Rio Grande do Norte: aceleração (63%)

  • Sergipe: aceleração (104%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: aceleração (50%)

  • Goiás: aceleração (138%)

  • Mato Grosso: aceleração (118%)

  • Mato Grosso do Sul: acelerado (48%)

Região Sul

  • Paraná: aceleração (78%)

  • Rio Grande do Sul: aceleração (113%)

  • Santa Catarina: aceleração (52%)

Dados da Saúde

O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (15) que o Brasil registrou 1.057 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, o total de óbitos causados pela doença chegou a 279.286.

De ontem para hoje, foram confirmados 36.239 novos casos de covid-19 em todo o país, elevando o total de infectados para 11.519.609 desde o começo da pandemia, pelos números da pasta.

Segundo o governo federal, 10.111.954 pessoas se recuperaram da doença até o momento, com outras 1.128.369 em acompanhamento.

Ludhmila relata ameaças e diz que cuida de pessoas da esquerda e da direita

A médica Ludhmila Hajjar confirmou na tarde desta segunda-feira (15) que negou o convite para assumir o ministério da Saúde por divergências técnicas com o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em entrevistas à CNN e à Globo News, a cardiologista confirmou que foi alvo de ameaças de morte, mas deixou claro que vai cumprir o juramento que fez na graduação e cuidará de pacientes 'da esquerda e da direita'.

"Eu recebi ataques, tentativa de invasão no hotel que eu estava, ameaças de morte, fui agredida com áudios e vídeos falsos com perfis. Mas estou firme e forte aqui. Hoje volto para São Paulo para continuar a minha missão, que é ser médica. Estou à disposição do meu país e vou continuar atendendo pessoas da direita e da esquerda", disse Ludhmila, em entrevista para a CNN.

A médica alegou nunca ter declarado uma posição política e que o seu partido é o "Brasil". "A missão do médico é cuidar, confortar, salvar a quem quer que seja e isso muito me honra", esclareceu.

Os ataques, na visão de Ludhmila Hajjar, são fruto de grupos 'radicais' que 'defendem o discurso da polarização'. A médica acredita que as atitudes tentam diminuí-la, mas que ela se sente honrada em cumprir com o que a medicina determina.

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.