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Bahia aciona PGE para contestar ação de Bolsonaro no STF: "desumanidade"

Do UOL, em São Paulo

19/03/2021 12h18

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse que a ação apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mostra que ele é "desumano" e "aliado do vírus e das mortes" causadas pela covid-19. Hoje, Bolsonaro pediu ao Supremo que sejam suspensos os decretos com restrições no Distrito Federal, na Bahia e no Rio Grande do Sul.

"Mais uma vez o presidente mostra a sua desumanidade, frieza, falta de empatia com a vida humana e demonstra ser mais uma vez um grande aliado do vírus e da morte. Ele não cansa de dar demonstrações de desprezo pelo próximo", disse Costa em entrevista à TV Aratu.

Costa afirmou que já acionou a PGE (Procuradoria Geral do Estado) da Bahia para articular com a PGE do Rio Grande do Sul e responder ao presidente, que segundo ele, vem "atrapalhando" o combate à pandemia.

"Ele é adepto daquela teoria, um ditado que eu sempre ouvia, 'se não pode me ajudar, pelo menos não me atrapalha'. Ele, além de não ajudar, faz questão de atrapalhar. Essa ação no STF é mais uma tentativa dele de mostrar que é aliado do vírus, de acelerar as mortes. Ele mostra que é incompetente em governar o Brasil", afirmou.

O governador criticou a simulação feita durante a live de ontem, pelo presidente, de uma pessoa com falta de ar. "Chega a ser repugnante. Eu nunca imaginei o Brasil chegar a uma situação dessa, com um presidente com tamanha falta de responsabilidade, empatia e falta de solidariedade".

Além de Costa, na Bahia, a ação apresentada por Bolsonaro tem como alvo os governadores Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, e Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul. Ibaneis já afirmou que os decretos de restrições "não têm nada de inconstitucionais". E o gaúcho publicou um vídeo no Twitter para criticar o presidente, reforçando que a lei federal dá competência aos estados para restringir a circulação de pessoas.

"O presidente Bolsonaro mais uma vez chega atrasado. Não é de surpreender. Já atrasou o país na compra de vacinas. Chega atrasado agora, uma vez que nosso decreto tem vigência prevista até dia 21, domingo. Na segunda-feira teremos outras restrições diferenciadas", explicou Eduardo Leite, reforçando o pedido para que Bolsonaro compre mais vacinas contra covid-19.