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Queiroga nega disfarce de dados com novo sistema: 'Não sou maquiador'

Hanrrikson de Andrade e Sara Baptista

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

24/03/2021 17h32Atualizada em 24/03/2021 19h01

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse hoje não ter conhecimento da mudança de critérios no sistema de registro de óbitos por covid-19 e também negou que haja, por parte do governo federal, qualquer tentativa de esconder dados.

Após informar não saber do que se tratava, Queiroga afirmou que conversaria ainda hoje com os dirigentes do Ministério da Saúde para verificar o que ocorreu.

"Depois que eu sair daqui vamos observar o que está acontecendo", afirmou ele durante durante a tarde em sua primeira coletiva de imprensa oficial como ministro, no Palácio do Planalto.

O novo chefe da pasta da Saúde (empossado ontem) disse ainda que não foi uma decisão sua, mas também não atribuiu o fato ao antecessor, o general Eduardo Pazuello.

Hoje, o Ministério da Saúde passou a exigir o cadastro do CPF, do número do cartão do SUS e a nacionalidade de pacientes com covid-19, o que atrasou e fez o número de óbitos pela doença cair. A mudança teria sido questionada pelas secretarias conselhos de saúde responsáveis por coletar os dados em estados e municípios.

"Eu não sou maquiador, eu sou médico", declarou o ministro, quando perguntado se a mudança poderia ser interpretada pela sociedade como falta de transparência.

"Minha função não é maquiagem, minha função é salvar vidas. Então, vamos construir um novo ambiente. Eu estou dizendo aqui para vocês que precisamos criar um ambiente novo, um ambiente de harmonia, um ambiente onde os profissionais de saúde possam trabalhar em paz."

Ainda respondendo à mesma pergunta, ele também negou, independentemente de confirmar ou não a informação, que haja uma tentativa de esconder dados.

Questionado sobre quais seriam os critérios que estão sendo utilizados nesse momento para registro de óbitos, Queiroga mais uma vez desconversou. "Eu não sei qual é de agora, a de amanhã...".

"Vamos colocar os dados de maneira clara, não somente óbitos, mas também sobre disponibilização de leitos, diagnósticos. Vamos fazer de maneira transparente para que a sociedade brasileira tenha confiança no estado", comentou.